domingo, 1 de maio de 2011

Palavra para a Semana n° 9 (2011)


O Fardo Profético, parte 02


Semana 9, 2011

Semana passada, abordamos alguns pontos básicos em como reconhecer o fardo ou peso profético do Senhor. Nesta semana, abordaremos como alguém pode ser guiado erroneamente ao pensar ter um fardo profético quando é apenas a própria preocupação, ou um fardo que outra pessoa colocou sobre nós.

Muitos têm dificuldade em entender e alguns ficam até ofendidos com o princípio de que as profecias raramente devem ser como “uma ciência exata”. Não é uma ciência e não pode ser aprendida com certos princípios. É toda uma questão de relacionamento. Há princípios que aprendemos com a experiência, mas há exceções que devem nos manter tanto abertos como humildes.

Ocasionalmente, uma palavra profética é absolutamente clara, específica e precisa, mas isso é raro. Isso é verdade mesmo para profecias bíblicas. O Senhor poderia ter sido muito mais claro e específico com quase todas as profecias nas Escrituras. Poderia ter falado em detalhe sobre Hitler ou outros, e nos dado uma linha do tempo dos eventos, mas não o fez – para o nosso bem.

Como somos avisados em I Coríntios 13.9, “vemos em parte, conhecemos em parte, e profetizamos em parte”, o que quer dizer que ninguém tem a visão total. Mesmo que o que tenhamos seja muito específico e claro, não é a visão total. É por isso que quando o Senhor fala de revelar as coisas a Seus profetas, a palavra é sempre no plural, não singular. Ele compôs Seu corpo para que precisemos um do outro, e portanto também amemos um ao outro. Ele também compôs este ministério para que exija humildade e abertura a outros. Os que perdem isso inevitavelmente sairão do caminho.

Voltemos agora ao fardo do Senhor. Se vamos ser confiados com isso, devemos aprender a distinguir nossos próprios sentimentos e aquilo que é dado pelo Espírito Santo. Um dos grandes exemplos de como o que mais pesa em nosso coração pode não aquilo para o qual Deus nos chamou é o Apóstolo Paulo. Ele amava a seu povo, os Judeus, tanto que disse que cederia a sua própria salvação se isso os levasse ao Senhor. Porém, mesmo com tão grande amor por seu povo, Deus não chamou Paulo para os Judeus, mas aos Judeus. Talvez Ele fez isso porque sabia que a afeição de Paulo para com o seu povo poderia deixar seu juízo e mensagens mais nebulosos.

Pense em como o Senhor enviou Paulo aos gentios e Pedro aos Judeus. Não parece que o Senhor fez isso de trás para frente? Não seria Paulo, que foi discípulo de um dos mestres mais estimados de Israel, e um “Fariseu de Fariseus”, muito mais respeitado e aceito pelos Judeus? Pedro, um simples pescador, era uma ofensa aos Judeus, a quem foi chamado, e, da mesma forma, Paulo era uma ofensa aos gentios, para os quais foi chamado. O que isso fez foi lançar ambos apóstolos mencionados em total dependência do Espírito Santo para cumprir com seus propósitos.

Parece inevitável que um homem de negócios sinta um chamado para o ambiente de negócios, ou alguém que venha da cultura de drogas sinta um chamado para aqueles com quem se sinta tão familiar. Muitas vezes as pessoas sentem que seu chamado é seu próprio grupo racial, mas raramente vi isso se cumprindo como algo do Senhor. O Senhor pode usar isso, e fruto pode vir disso, mas normalmente este fardo que sentimos está mais enraizado em um jugo chamado “a tirania do familiar” do que o fardo do Senhor. Logicamente que existem exceções, mas se deixássemos o Senhor nos levar a lugares onde fiquemos em total dependência dEle, o experimentaríamos muito mais do que experimentamos agora.

Algumas vezes nosso amor e afeição natural pode ofuscar tanto nossa percepção que também pode distorcer o que pensamos ser a palavra do Senhor ou fardo do Senhor. Por esta causa, não confio em revelação profética sobre pessoas com quem tenho elos naturais fortes sem realmente colocar esta revelação à prova. Nem confio em revelação negativa que possa receber de quem de alguma forma me ofendeu ou machucou.

Novamente, o profético não é para ser uma ciência exata e portanto estes são princípios e não leis. Quanto a leis, não existe exceção, mas quanto a princípios, sempre há exceções. Porém, precisamos aprender a distinguir o que está vindo de nossas próprias afeições e o que está vindo do Espírito Santo. A única forma que jamais vi pela qual podemos fazer isso é por meio da experiência e maturidade. É uma questão de relacionamento, não ciência.

Se você é uma pessoa pensante, isso provavelmente te levou a muitas outras perguntas. Isso é bom. Há respostas para quem se importa o suficiente para persegui-las. O Senhor não esconde as coisas de nós, Ele esconde para nós. Quem se importa com Ele e com Seus propósitos não será detido por perguntas ou erros.

Quanto mais maduros e experientes nos tornamos, mais rapidamente e precisamente conseguiremos discernir entre o que é nosso próprio fardo e o que é o fardo do Senhor. Se queremos ser confiados com revelações importantes, devemos ter a integridade e maturidade de estar dispostos a questionar o que estamos sentindo. Uma das maiores armadilhas e formas de orgulho é começarmos a pensar que o que pensamos ou sintamos com respeito a algo reflita necessariamente o coração de Deus. Na melhor hipótese, estamos vendo em parte. Se pudermos abraçar isso com humildade, podemos ser confiados com muito mais.

Rick Joyner, 02/Mar/2011

[permissão para tradução gentilmente concedida pelo ministério MorningStar, www.morningstarministries.org]

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