domingo, 29 de junho de 2014

Artigo de Renato Pastene Pires - A Oração Contemplativa



Desejo a paz aos irmãos. Segue abaixo mensagem do querido e profético irmão Renato Pastene Pires, um estudo profundo e enriquecedor, chamado "A Oração Contemplativa". Para mim é uma honra ter o direito de postar a mesma neste blog. 
Felipe

Segue o estudo:
 

A Oração Contemplativa

A oração contemplativa é a espécie de oração que está fundada na percepção e revelação do Senhor por meio dos olhos espirituais. Nela o cristão vê o Senhor com os olhos do coração, podendo crescer no conhecimento Dele e desfrutar de Sua intimidade. Tal prática está sendo restaurada para os filhos e filhas de Deus.
Jim Goll1, no livro “O Poder Profético da Visão”, define: “A oração contemplativa diz respeito à busca por intimidade com Deus”. E diz: “Falamos aqui sobre uma prática cristã antiga que não é muito conhecida nem muito praticada na maioria das fileiras evangélicas e carismáticas de hoje, mas que o Espírito de Deus está restaurando para todo o corpo de Cristo”.
Nas Sagradas Escrituras podemos observar algumas pessoas que praticaram a oração contemplativa. Dentro da Antiga Aliança, uma pessoa que avançou grandemente nesta prática foi Moisés. Ele permanecia diante do Senhor e contemplava Sua glória de maneira tal que “a pele do seu rosto resplandecia”2 e os filhos de Israel “temeram chegar-se a ele”3.
Nós cristãos – que pertencemos a Nova Aliança – somos chamados a coisas ainda mais profundas, pois estamos no “ministério do Espírito”. Nas palavras do apóstolo Paulo: “… se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente, como não será de maior glória o ministério do Espírito!”4.
Dentro da Nova Aliança podemos contemplar a glória de Deus na face de Cristo. Em 2 Coríntios 4.6, lemos: “Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo”. Por meio do Espírito temos os olhos do nosso coração abertos para o “mistério de Deus, Cristo, em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos”5.
Eu e você somos chamados pelo Pai a praticar a oração contemplativa. É um chamado para a intimidade com o coração de Jesus. Abra sua vida, para descobrir as riquezas do amor do Pai na pessoa de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.

Profetas e místicos cristãos

Na história cristã existiram pessoas que dedicaram suas vidas a conhecer a Deus por meio da oração contemplativa. Essas pessoas abraçaram períodos de solidão e silêncio, para diante de Deus aquietarem suas almas e abrirem-se para as realidades espirituais.
Dentre estes, alguns foram chamados de místicos. Esse é um termo um tanto inusitado para muitos hoje, contudo foi bem conhecido no passado – principalmente na Idade Média. Referia-se a pessoas que experimentavam experiências “místicas” (sobrenaturais) com Deus. Temos muito que aprender com alguns deles.
Jim Goll, um mestre profético da atualidade, passou por algumas experiências que julgo ser importante relatar aqui. Ele diz:

Certa noite, em 1991, tive um sonho que não compreendi (acontecimento que não é, de forma alguma, incomum em minha vida). A voz do Senhor disse-me: Eu revelarei para você as correntes secretas do profético […] Quando compartilhei com Marcus6 meu sonho, bem como minha interpretação do sentido desse sonho, ele disse: “Não, seu sonho não foi sobre isso. O Senhor revelará para você as correntes secretas do profético por meio dos pais do deserto e dos místicos cristãos”.

Jim Goll diz ainda:

Em uma ocasião similar, estava deitado no chão, passando algum tempo sobre o carpete depois que Mahesh Chavda7 orava por mim. Enquanto estava ali deitado, tive a visão de um barril de madeira pequeno. Ao olhar para essa imagem no espírito, pensei: “Isso não pode ser proveniente de Deus”. A seguir, enquanto continuava a olhar, percebi que o barril estava sob o pescoço de um cão enorme – um São Bernardo, na verdade. À medida que continuava a olhar essa visão interativa, o cão enorme chegou bem próximo de mim e fixou os olhos em minha face. Pensei: “O que é isso?”. Nesse exato momento, as palavras entraram em minha mente: “Eu o apresentarei à vida de Bernardo de Claraval”. Jamais ouvira falar nessa personagem. Só mais tarde fiquei sabendo que se tratava de um monge do século 12 bastante familiarizado com as formas da oração contemplativa que caminhava com Deus e desfrutava de grande intimidade com o Senhor”

Gostaria agora de citar alguns destes místicos cristãos, para nos inspirar a vida de devoção e intimidade com o Amado Jesus.

Nicholas von Flue

Também conhecido como irmão Klaus, foi destacadamente dedicado à busca de Deus. Desde jovem, desenvolveu uma vida de intimidade com o Senhor. Dedicava-se à oração contemplativa e demostrou haver recebido de Deus um poderoso dom profético.
Sobre seu chamado profético, fala Rick Joyner: 

“O Irmão Klaus tinha dom tal de palavra de conhecimento que pessoas de toda a Europa central faziam peregrinações para visitá-lo para conselho, inclusive papas. Frequentemente ele sabia que alguém estava vindo e enviava uma palavra via mensageiro para lhes dar a resposta que estavam procurando, poupando-lhes da difícil jornada pelas montanhas para chegar a ele. Isso foi nos anos 1400s, e até hoje a sua pequena casa é visitada por um fluxo contínuo de peregrinos, o que inclui quase todos os papas. Ele era iletrado e viveu em um tempo em que até ser pego com uma Bíblia poderia levar à execução. Ainda assim, tinha uma noção incrível dos ensinamentos da Bíblia e conhecia os caminhos de Deus, maior parte dos quais aparentemente recebendo durante seus longos períodos de isolamento para buscar ao Senhor”8.

Hildegarda de Bingen

Conta-se que desde muito cedo Hildegarda tinha visões. Na sua infância e adolescência experimentava frequentes revelações do Senhor. Nos anos seguintes seu ministério profético iria desenvolver-se amplamente, sendo requisitada por muitos líderes e profetizando para papas, bispos e imperadores. Veja as próprias palavras de Hildegarda, sobre algumas de suas visões:

sucedeu [...] quando eu tinha quarenta e dois anos e sete meses, que os céus se abriram e uma luz ofuscante de excepcional fulgor fluiu para dentro de meu cérebro. E então ela incendiou todo o meu coração e peito como uma chama, não queimando, mas aquecendo…”9

“Ao vê-lo [Jesus] senti todo meu ser infuso de um perfume balsâmico. Então exultei com alegria imensa, e desejei permanecer na sua contemplação para sempre”.10 (Em negrito, acréscimo explicativo do autor).

Explicando suas experiências, ela falou: “Não tive as visões em estado de sonolência, nem dormindo, nem em êxtase, nem por meus olhos corporais ou por meus ouvidos humanos exteriores; eu não as percebi em lugares escondidos, mas é estando acordada que eu as vejo com meus olhos e com minhas orelhas humanas, interiormente; simplesmente, em espírito, eu as recebo em lugares abertos, segundo a vontade de Deus”11.

Hildegarda escreveu muitas obras. Entre elas existem três obras teológicas, ensinos sobre ciências naturais, músicas e poesias, além de centenas de cartas. Há amplo relato de suas visões e experiências registrado. Contudo, de fato, seus escritos não são conhecidos do público em geral. Sem dúvida seria ótimo que pesquisadores e estudantes examinassem e utilizassem suas obras, devido ao poderoso cunho profético encontrado nelas.

Oração contemplativa e o espírito de Elias

Propositadamente citei aqui duas pessoas com dons proféticos excepcionais, para enfatizar a relação que a oração contemplativa e a visão têm com o Espírito Profético. Aqueles que se moverem no Espírito Profético verão e compreenderão realidades que estão encobertas para a mente natural, por mais que esta seja dotada de eximia inteligência.
Contudo, o interesse maior dos filhos e filhas do Pai celestial não estará naquilo que se poderá aprender da sabedoria de Deus, mas principalmente em conhecê-Lo íntima e profundamente. O alvo será a face e a pessoa de Jesus, no qual estão escondidos “todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”12.
O profeta Elias, como foi falado, desbravou de tal maneira a visão da realidade espiritual que podia dizer com autoridade que estava perante a face do Senhor13. Aqueles que se moverem no espírito de Elias igualmente verão a glória de Deus e aprenderão os caminhos da contemplação espiritual.

1 Jim Goll – mestre profético da atualidade. Fundador do Heart of David Correspondence School e co-fundador do Encounters Network.
2 Êxodo 34.29
3 Êxodo 34.30
4 2 Coríntios 3.7 e 8
5 Colossenses 2.2-3
6 Um amigo do autor.
7 Mahesh Chavda – líder do ministério apostólico Chavda Ministries Internacional.
8 Palavra para a semana: Preparados para os tempos, parte 13. Traduzido por Felipe Rudiuk e postado no endereço: http://portoesdacidade.blogspot.com
9 Passagem do livro Scivias de Hildegarda de Bingen.
10 Citação encontrada no livro “Women Writers of the Middle ages” de Peter Dronke.
11 Passagem do livro Scivias de Hildegarda de Bingen.
12 Colossenses 2.3
13 1 Reis 17.1

OBS: Este estudo é um trecho do capítulo 7 do livro “Geração Elias e o Espírito Profético” que, pela bondade de Deus, publiquei pela Editora Semente.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Palavra para a Semana n° 06 (2014)




Verdadeira Autoridade Espiritual
A Grande Comissão, parte 06

Semana 06, 2014
Rick Joyner

Do original:


Quando o Senhor sentiu compaixão pelas ovelhas sem pastor, Ele se tornou seu Pastor. Quando sentiu compaixão pelos que viviam nas trevas, se tornou Seu mestre. Toda verdadeira autoridade espiritual está fundada no amor. Saberemos o lugar de nosso chamado e destino quando sabemos que o amor de Deus foi derramado amplamente em nossos corações.

Deus nos criou antes da fundação do mundo, e por esta causa Ele que colocou em nós os desejos de nossos corações. Jesus ensinou que águas vivas vêm do “ser interior” do coração. Assim, nosso propósito – aquilo para o qual fomos criados – está conectado com os desejos mais profundos de nossos corações. Entrar em contato com estes desejos mais profundos é crucial para que se abra as fontes de água viva que Ele colocou dentro de nós. Quando aberto, este poço começa um fluir que nunca precisa parar.

Regularmente, as pessoas me pedem para as mentorear. Eu aprecio este pedido e considero uma grande honra ser solicitado. Porém, nunca aceito este papel a não ser que o Senhor me dê um amor especial por esta pessoa. As águas vivas que tenho para elas devem vir do “ser interior”, do contrário não teria nada mais para lhes dar do que princípios. Estes podem ajudar, mas estão muito aquém do que é devido para o tipo de discipulado ordenado pela Grande Comissão.

Amamos muito a nossos filhos naturais, e por isso ficamos muito felizes que excedam em muito o que fizemos. Oramos sinceramente por isso. Deve ser o mesmo ou ainda mais para nossos filhos espirituais. Se eu mentorear alguém, eu genuinamente quero que vá mais longe e faça melhor do que eu. Se estiver mentoreando por ser meu trabalho, então eu sou apenas um contratado.

O mesmo é verdade quando somos chamados a discipular uma nação. Saberemos que é o Senhor nos chamando quando temos Seu amor por aquela nação. Porém, devemos entender como o Seu amor está acima do amor humano. Qual é a diferença, e como podemos distinguí-lo? Se temos de fazer essas perguntas, então provavelmente ainda não sentimos o Seu amor cursando em nós. O Seu amor é diferente da simpatia, atração ou união humanas. Por mais que eu procure usar bem as palavras, não consigo colocar em palavras. Você deve experimentá-lo.

Como experimentamos isso? Começamos pedindo a respeito. Em João 17, o Senhor Jesus orou para que o amor com que o Pai O amava estivesse em nós. Podemos ter certeza que o Filho de Deus terá suas orações respondidas. Assim, sabemos que haverá seguidores de Cristo, andando sobre a terra, com o mesmo amor do Pai. Devemos continuamente orar para que sejamos um destes.

Amor é o alicerce de autoridade espiritual, e por esse motivo amor está conectado à unção. Uma das minhas histórias favoritas é sobre um amigo meu que era terrível em matemática. Ele a odiava, até a sétima série. Então, ele se deparou com uma professora de matemática que tinha paixão por matemática. O amor dela por matemática era contagioso, e por isso todos os alunos receberam este amor. Meu amigo subiu de ser um aluno de notas na faixa de 4 [NT: notas “D”] para acima de 8,5 [NT: notas “A”]. Até hoje, ele ama fazer cálculos matemáticos complexos como recreação. Esta professora era ungida! Mestres ungidos não simplesmente transmitem informação a respeito de suas matérias. Eles incutem amor por suas matérias, porque estão servindo águas vivas de seus corações.

[permissão para tradução gentilmente concedida pelo ministério MorningStar, www.morningstarministries.org]