terça-feira, 21 de junho de 2011

Palavra para a Semana n° 14 (2011)


Interpretando a Revelação Profética (O Fardo Profético, parte 07)


Semana 14, 2011

Previamente, abordamos os três principais aspectos de se utilizar revelação profética: 1) Revelação, 2) Interpretação e 3) Aplicação. Nesta semana, vamos esmerar mais um pouco estas questões, compartilhando alguns princípios básicos que aprendemos, mas reconhecendo que são princípios, não leis; para princípios, há excessões!

Muitos hoje estão recebendo revelações proféticas, o que é um dos grandes sinais dos “últimos dias”, de acordo com Atos 2.17-18. Parece, neste texto, que a revelação profética de sonhos, visões e profecia estão sendo derramadas sobre todos: homens, mulheres, velhos e jovens. E de fato é o caso. O motivo por isso acontecer “nos últimos dias” é porque nestes, precisamos de revelação e direcionamento profético como nunca antes. Porém, pode não fazer bem para nós se não tivermos, de forma precisa, a interpretação e então aplicação.

Em minha experiência, muito mais pessoas estão recebendo revelação do que há pessoas com dom de interpretação. Há ainda menos pessoas com a sabedoria para aplicar o que foi revelado. Em Mateus 23.34, o Senhor disse, “Eis que vos envio profetas, homens sábios e escribas.” Parece que Ele quer que estes três estejam juntos e sejam enviados assim. O profeta recebe a revelação, o escriba a recorda (veja Habacuque 2.2) e possivelmente a interpreta, e os “homens sábios” a aplicam.

Nas Escrituras, aqueles com os dons de interpretação tinham possivelmente o maior impacto com líderes de governo, como José e Daniel. Ambos recebiam revelação, mas, mesmo tendo sido os maiores intérpretes nas Escrituras, não conseguiam interpretar muito bem a revelação dada diretamente a eles. José certamente não foi bem em lidar com a sua, e a de Daniel “o deixo doente”, e lhe foi dito que não a poderia entender, e devia selá-la para o fim dos tempos. Porém, tanto José como Daniel eram incríveis em sua habilidade para interpretar a revelação dada a outros.

Precisamos entender até o ponto de estar no sangue que os dons não são para nós. Aqueles a quem conheço hoje que receberam as maiores revelações não conseguem, por si, escutar muito bem. Da mesma forma, aprendi a não confiar nos que têm os maiores dons de interpretação a interpretar sua própria revelação. Tudo isso me levou a começar a orar muito mais pelo dom de ter uma “palavra de sabedoria” do que o da “palavra de conhecimento” ou o dom de profecia. Já testemunhei muitas revelações bem precisas interpretadas ou aplicadas erroneamente.

Normalmente, os dons de revelação e interpretação são dados às pessoas proféticas, mas cheguei à conclusão de que precisamos de apóstolos, mestres e por vezes evangelistas, e quase sempre pastores, para aplicar corretamente a revelação. Apóstolos e pastores são os mais responsáveis por cuidar do povo, e normalmente sabem como aplicar a revelação à situação.

Por anos, quando recebia uma revelação sobre uma pessoa, igreja, ou mesmo nação, as pessoas em autoridade me perguntavam o que deveriam fazer. Eu normalmente respondia que não sabia, porque discernir isso era para eles. Isso enraiveceu alguns, mas já vi muitas pessoas proféticas responder algumas perguntas quando não o deveriam ter feito, e virava uma bagunça. Eu respondo-a se sinto que tenha uma palavra de sabedoria do Senhor a respeito, mas, do contrário, procuro deixar nas mãos daqueles em autoridade, independentemente de quão pressionado fosse por uma resposta. Se sentisse que poderia ter algum entendimento em como a revelação deveria ser aplicada, diria o que o Apóstolo Paulo nos deu como bom exemplo: deixaria claro que era apenas minha opinião, e apesar de pensar ser o certo e ser o que o Senhor quer que façamos, não poderia dizer claramente que recebi essa posição do Senhor.

Também já fiz o meu melhor em ajudar aos em autoridade a aprender que só porque alguém recebe revelação quanto a alguma situação, isso não quer dizer que eles tenham a sabedoria ou entendimento para aplicá-la. Por vezes, recebemos revelação sobrenatural das coisas, mas não é necessário uma palavra de sabedoria sobrenatural para se saber o que fazer; o Senhor pode ter colocado as pessoas em posição de já saberem o que fazer.

Revelações podem ser espetaculares, e pode haver uma tendência de se pensar que quem recebem tal espetacular revelação deve ter a sabedoria para discernir o que fazer com ela, mas esse é um raciocínio com o qual devemos tomar muito cuidado. Se você é um pastor ou líder que tem autoridade sobre uma igreja, mover, ou ministério, você é que tem a responsabilidade para liderar e deve soprar o apito em como aplicar qualquer revelação ou direcionamento.

Pessoas proféticas devem também perceber que só porque receberam uma revelação não quer dizer que têm autoridade sobre uma situação. Devemos todos respeitar as esferas de autoridade que Deus colocou sobre cada um. Os profetas eram por vezes chamados de “atalaias” ou “vigias” no Antigo Testamento porque essa era sua responsabilidade básica, e é a mesma que atalaias de hoje, do Novo Testamento, têm – de ser vigias para o corpo de Cristo. Os vigias permanecem nos muros de uma cidade, em um lugar elevado, onde possam ver muito mais longe do que os anciãos, que se sentavam nos portões. Quando os vigias viam alguém vindo, tinham a responsabilidade de avisar aos anciãos, que então determinariam o que fazer com a informação. O mesmo é verdadeiro hoje, e teremos muito mais sobre isso para falar depois.

Rick Joyner, 04/Abr/2011

[permissão para tradução gentilmente concedida pelo ministério MorningStar, www.morningstarministries.org]

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