quarta-feira, 6 de julho de 2011

Palavra para a Semana n° 16 (2011)


A Aplicação de uma Palavra Profética, parte 2

Semana 16, 2011

Ainda não deixei de ficar maravilhado com o que eventualmente ocorre de eu compartilhar algo e imediatamente pessoas vêm a mim tendo entendido algo totalmente diferente do que falei. Muitas vezes é o exato oposto do que falei. Há muito tempo atrás, me convenci de que não é possível falar qualquer coisa sem ser mal entendido por alguns. Concluí que isso não pode ser evitado, e se você se preocupar muito, nâo dirá nada. Ainda assim, é correto desenvolvermos nossas habilidades de comunicação para eliminar isso o tanto quando possível.

Também já fui culpado ao fazer a mesma coisa com os outros. Quando vejo que o fiz, procuro examinar o por quê, para que não fique viciado em fazê-lo, e também para que entenda melhor o que leva alguém a entender errado assim. Quando isso me foi indicado, por algumas vezes voltei a ouvir as mensagens para ver se entendi errado ou se eles se expressaram errado, e fiquei chocado em quanto eu os tinha entendido errado.

Muitas vezes pessoas trazem à tona algo que eu tenha falado, e eu sei que nunca o falei, e possivelmente nem pensei. Não acho que estou generalizando demais ao dizer que todos temos um problema básico com comunicação, e aqueles que não acham que têm este problema, provavelmente o tem em pior intensidade. Estudei e procurei as razões para tal, e acho que aprendi algumas, mas muito ainda e um mistério para mim – mesmo quanto a eu mesmo sendo por vezes culpado. Uma coisa sei, que é o fruto da torre de Babel aflorando quando as línguas foram distribuídas para que os homens não entendessem um ao outro. Porem, isso é muito mais do que uma pessoa não entendendo alguma língua, como o português, e outra não entendendo espanhol. Podemos falar a mesma língua, estarmos no mesmo grupo, compartilharmos muito da mesma formação e experiência, e ainda assim termos a mesma palavra significando diferentes coisas.

Também aprendo que pessoas feridas tendem muito mais a entender erroneamente aos outros. Já abordamos como Satanás é chamado de “senhor das moscas”, provavelmente porque as moscas frequentemente representam mentiras no simbolismo profético, e as mentiras revoam em torno das feridas. Elas trazem infecção, o que impede as feridas de serem curadas, e podem até mesmo levar à morte se não lavadas. Penso que é por isso que os sacerdotes no Antigo Testamento não podiam ter feridas ou cascas: são uma forma de não se estar curado. Quando alguém tem uma ferida não curada, outros não podem nela tocar, e os sacerdotes precisavam ser tocáveis e capazes de se aproximar das pessoas as quais serviam. Quando temos feridas não curadas como rejeição, desapontamento, ou até mesmo traição, outros não podem se aproximar de nós, e tenderemos também a interpretar mal as palavras e intenções dos outros.

Por muitos motivos, comunicação pode ser um dos maiores desafios, e vencê-lo pode ser a única forma que o Senhor nos confie com autoridade séria novamente. Esta, por sua vez, só e dada aos que estão em unidade. Os militares lidam com isso nas formas mais básicas, e é por isso que passamos tanto tempo aprendendo a marchar. No início, e incrível quantas pessoas interpretam diferente o que é “direita” e “esquerda”, gerando caos na formação. Tínhamos de chegar à unidade nisso, e depois sermos instantâneos em nossa resposta aos comandos. Isso não é apenas para produzir formação coordenada, mas para quando estivermos em combate e precisarmos todos estar ouvindo ao mesmo comando e o interpretando da mesma forma; do contrário, nossas vidas estariam em jogo. Nos dias vindouros, o corpo de Cristo precisará dessa disciplina também, ou muitos perecerão desnecessariamente.

A raiz da confusão na torre de Babel era o motivo por trás de seu projeto de construir uma torre aos céus, a saber, “ficarem famosos” (veja Gênesis 11.4), e reunir pessoas em torno do projeto, do contrário se espalhariam. O corpo de Cristo tem tido esta tendência de construir tais tolos projetos, pensando que vão unificar as pessoas, quando na verdade trazem sempre mais divisão do que unidade. Jesus somente pode nos unificar, mas para aqueles que têm um coração dividido ou que buscam os próprios interesses, até mesmo a devoção a Jesus pode ser uma questão divisiva. É por isso que Paulo repreendeu aos Coríntios por alguns seguirem a ele, alguns a Pedro, e nomeou até aos que seguiam a Cristo, porque estavam obviamente usando isso para divisão.

Em II Pedro 3.16, Pedro observa como os “instáveis e não instruídos” distorcem os ensinamentos de Paulo, o que fazem com as Escrituras em geral da mesma forma. Isso indica que um pouco disso pode ser corrigido com ensino, ajudando com instrução aos não instruídos, mas instabilidade é outra questão. Efésios 4 observa que a razão de muitos Cristãos serem “levados por todo vento de doutrina” (veja Efésios 4.14), isto é, serem instáveis, é porque são imaturos, crianças, ou não estão “falando a verdade em amor” (veja Efésios 4.15) ou não estão “se assemelhando mais ao Cabeça”, que é Cristo.

Um dos avisos de cautela que o Senhor deu para os últimos dias foi “ai das que amamentam” (vejam Mateus 24.19). Isso normalmente é interpretado de que não queremos ser uma mãe de filhos novos naqueles tempos, e não termos de dividir por causa deles.

Causar divisões entre irmãos é uma das sete coisas que vemos que Deus odeia, em Provérbios 6.16. Unidade foi uma questão central pela qual Jesus orou sobre seu povo, em possivelmente a oração mais reveladora sobre o coração de Deus, em João 17. Essa unidade é uma unidade de diversidade, não de conformidade. A pressão para conformar não vem do Deus, que ama tanto a diversidade que faz diferente a todo floco de neve. Quando estamos tão inseguros que exigimos do nosso próximo adequação à nossa percepção, estamos ainda imaturos e instáveis demais para sermos confiados com autoridade verdadeira.

Comunicação é um assunto de enorme importância para todos nós, especialmente para o ministério profético, que busca se comunicar em nome de Deus. É a habilidade mais importante do profético, e assim como todo profissional se dedica a desenvolver suas habilidades com suas ferramentas de trabalho, devemos nos dedicar não apenas a entender o que somos chamados a comunicar, mas como. Sem essa devoção, seremos como o arqueiro não treinado, que fere pessoas porque não consegue mirar corretamente.

Se amamos a Jesus, a Palavra em Pessoa, devemos amar as palavras, a comunicação. Se a amarmos, a manusearemos com todo o cuidado. Ainda poderemos ser mal entendidos por vezes, mas decidamos fazer tudo ao nosso alcance para impedir isso de ocorrer.

Rick Joyner, 19/Abr/2011

[permissão para tradução gentilmente concedida pelo ministério MorningStar, www.morningstarministries.org]

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