domingo, 8 de agosto de 2010

A Variação é do Senhor


Quando o Senhor deu vitória a Josué em Jericó, dois espias foram enviados de antemão para sondar a terra:

Então Josué, filho de Num, enviou secretamente de Sitim dois espiões e lhes disse: “Vão examinar a terra, especialmente Jericó”. (Js 2.1)

Há revelações profundas aqui. Enquanto deveriam sondar as promessas de forma geral, sua ênfase seria a conquista inicial, a próxima batalha, Jericó.

Esta estratégia de dois espias teve melhores resultados do que a ida dos doze espias enviados muitos anos atrás por Moisés. Isso por causa da incredulidade de dez daqueles, além de quase todo o povo. Bastou que se enviasse dois espias crédulos. Provavelmente o acontecimento da murmuração dos dez e a credulidade dos dois estava marcado profundamente no coração de Josué, mesmo que tivesse sido há muito tempo atrás (Nm 13,14). Penso que estava forte no coração de Deus, também.

Logo após Jericó, a cidade que o povo enfrentaria seria Ai (Josué cap. 7). Lemos que foram enviados novamente dois espias. Porém, não vemos tanta intercessão ou conversas com o Senhor antes deles serem enviados, mas simplesmente uma aplicação do método. E, ao retornar da batalha, vemos que os espias estavam não só confiantes, mas aparentemente muito confiantes. Será que não estavam confiantes demais? Disseram que bastariam “dois ou três mil” para guerrear contra Ai:

Não é preciso que todos avancem contra Ai. Envie uns dois ou três mil homens para atacá-la. Não canse todo o exército, pois eles são poucos. (Js 7.3)

Mas a campanha foi um fracasso; Ai reagiu e matou 36 soldados, e o resto fugiu. Josué e as autoridades, então, clamaram intensamente, e se aquebrantaram diante de Deus, que disse a Josué:

Levante-se! Por que você está prostrado? Israel pecou. Violou a aliança que eu lhe ordenei. Apossou-se de coisas consagradas, roubou-as, escondeu-as e as colocou junto de seus bens. Por isso os israelitas não conseguem resistir aos inimigos; fogem deles porque se tornaram merecedores da sua destruição. Não estarei mais com vocês, se não destruírem do meio de vocês o que foi consagrado à destruição. (Js 7. 10-12)

O motivo da derrota foi que Acã tomou para si algo de Jericó, e Deus havia falado que tudo em Jericó devia ser destruído. O motivo foi este.

Josué lidou com o problema, e a família de Acã foi castigada com a morte. Isso nos lembra de Cristo, por meio de quem obtemos o perdão que Acã não teve. Mas, na segunda vez de atacar Ai, houve instrução mais detalhada da parte do Senhor:

Leve todo o exército com você e avance contra Ai. (Js 8.1)

Por que o povo não recebeu esta instrução antes? Teriam de perder a primeira vez para depois ouvi-la? O Senhor não poderia já tê-los instruído a se purificarem do que Acã tomou antes da primeira ida, e todos os homens de guerra irem à peleja?

Posso ver aqui uma certa confiança no método, e vemos muito disso ocorrendo hoje. Como diz Rick Joyner, “cuidado com o Cristianismo da cortadora de bolachas” (fôrmas para fazer cookies todas com o mesmo formato).

É até bom que as estratégias mudem, para que o povo confie no Senhor, e não nos métodos, mesmo tendo estes já funcionado tão bem. Quando a forma funciona tão bem que não seja preciso oração, auto-exame e purificação de acordo com a Palavra, a formação das pessoas não é boa, elas não são formadas como Deus quer. E Ele prefere a formação interior do que a forma exterior. Yinka Oyekan fala muito disso em seu livro “Manipulação, Dominação e Controle”.

Um tempo atrás, enquanto estava jogando basquete, comecei a sentir dores no braço esquerdo, ao bater e arremessar a bola. Sou canhoto, e esta é a mão que mais uso. Não importa quanto alongasse o braço, e procurasse o relaxar com movimentos diversos, a dor continuava. Decidi, então, forçar um pouco o braço direito, menos hábil, quicando e arremessando com ele. Como um milagre, rapidamente a dor no esquerdo foi sumindo, e eventualmente podia voltar nele, equilibrando ambos! Sinto que meu jogo fica mais frágil e preciso prestar muito mais atenção para conseguir jogar com o lado direito. Da mesma forma, mudar um pouco nos leva a um aquebrantamento, para vermos que somos frágeis. Ao me lembrar dos treinos de basquete, sempre éramos forçados a usar ambos os lados.

Eventualmente, também jogo tênis. Notei que o corpo responde da mesma forma. Talvez seja um esporte até mais assimétrico do que o basquete. E, pela forma com que o corpo é solicitado, é fácil ficar com as costas e região do tronco doendo. Procurei então treinar minhas jogadas com o braço direito, também. O resultado é que suportava muito mais ficar treinando, e é raro eu ter dores isoladas, mesmo quando fico muito tempo na frente do paredão. Meu lado mais forte continua o esquerdo, mas preciso treinar um tanto com o direito.

Creio que haja uma grande necessidade de equilíbrio, também, quanto ao uso do lado direito versus esquerdo do cérebro. A sociedade ocidental e os seus influenciados, o ambiente acadêmico e os considerados formadores de opinião, se tornaram incrivelmente assimétricos para o uso do lado esquerdo do cérebro, apegado à lógica e deduções racionais (pensamento convergente). E toda a sociedade sofre dores por causa disso. No livro da Profecia das Sete Montanhas, Johnny Enlow fala um tanto sobre esse assunto, na montanha da Educação, do que me lembro. Inclusive, ele diz que o certo seria a dominância do lado direito (criativo, divergente) e auxílio do esquerdo, não o contrário!

Por isso, varie! Veja a variação do Senhor!

felipe rudiuk


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