quarta-feira, 8 de julho de 2009

Boletim Profético MorningStar Junho/2009



Uma âncora para a alma

por Rick Joyner

Tenho estudado liderança por quase quarenta anos, e ainda é um assunto tão vasto e profundo que estou constantemente aprendendo mais a respeito. Uma das coisas mais curiosas sobre liderança é que aqueles que podem não entender muito sobre a mesma podem ter grande quantidade dela, e aqueles que podem conhecer muito sobre a mesma podem ter muito pouco. Ter seguidores é prova de que alguém seja líder.

É quase sempre ensinado que a qualidade daqueles que seguem ao líder revelam a qualidade da liderança. No entanto, devemos considerar aqueles que primeiramente seguiram a Davi e a Jesus. Demonstravam ser, em maior parte, a escória da sociedade. A real qualidade da liderança de Davi e Jesus não é em quem se aproximava deles, mas como estes eram transformados ao se aproximar. O refugo que primeiramente seguiu a Davi gerou aos “valentes de Israel”, alguns dos maiores lutadores campeões de todos os tempos. Aqueles que seguiam a Jesus eram não somente transformados, mas transformaram o mundo em seu tempo.

Por esta causa, o que um líder faz com seus seguidores é mais uma revelação de sua liderança do que como são as pessoas que se aproximam dele. Da mesma forma, o que os líderes fazer em seu tempo revela algo. Conseqüentemente, tem havido uma antiga pergunta sobre liderança: Os tempos fazem o líder ou o líder faz os tempos? A resposta óbvia a isso é que ambos são verdade.

William Wilberforce foi um líder de tal poder que erradicou a escravidão no Reino Unido pelo poder de sua mensagem, evitando o derramamento de sangue que os Estados Unidos sofreram na Guerra Civil. No entanto, o que pode ter sido até mais marcante quanto a William é que ele viveu em um tempo em que a Grã-Bretanha estava possivelmente seu nível mais baixo de pecaminosidade. Com sua determinação de “tornar a moralidade atraente”, ele tão radicalmente transformou sua nação que o período após ele é conhecido por sua alta moralidade – a Era Vitoriana.

Isso poderia acontecer de novo? Poderia acontecer nos Estados Unidos, que caiu para possivelmente seu nível mais baixo de pecado, corrupção e imoralidade de todos os tempos? Poderia. Estes exemplos históricos servem como encorajamento para nós, de que isso pode ser feito. Porém, isso exige liderança, não apenas de uma pessoa, mas uma liderança que torna seus seguidores em líderes.

Cristãos são chamados a ser “a luz do mundo” e “sal da terra” (veja Mateus 5.13-14). Todo Cristão é portanto chamado a ser um líder. Um de nossos propósitos básicos como Cristãos é nos tornarmos como Cristo, e Ele é o maior Líder - o Rei dos reis. Portanto, todos que estão verdadeiramente crescendo diante dEle estarão crescendo em liderança. Como resultado, os pastores e mestres que estão fazendo o melhor trabalho não estão apenas fazendo pessoas alinhadas com eles, mas levantando grandes e corajosos campeões da verdade.

A igreja irá se erguer e todo o mundo irá ver e seguir sua luz. Esta é uma profecia bíblica que deve se cumprir. Se a igreja neste país se levantar, testemunharemos um despertar maior do que qualquer que já houve nesta nação. Todos os despertamentos anteriores foram sementes; o que ocorre no fim dos tempos é a colheita de todas as sementes plantadas. Nos maiores tempos de trevas, uma luz ainda maior irá se levantar, e você está aqui por este motivo.

Uma nova cria de líderes

Mais de vinte anos atrás, quando me foi mostrado o que agora está se desdobrando, também me foi mostrado a vinda de uma “nova cria de líderes” ao corpo de Cristo. Estes não vinham com novos métodos, mas determinação, coragem e ousadia do tipo que não desiste jamais, de forma que os poderes do céu e da terra tremerão por onde eles pisam. Nas Escrituras, estes são chamados de termos como “valentes temidos” e “mensageiros cheios de poder”. Estão vivos e amadurecendo entre nós agora mesmo. Uma forma que se pode distingui-los é que são de um espírito muito diferente, e sua devoção a andar na verdade não se contamina.

Você pode ter grandes qualidades de liderança, mas não ser capaz de a transferir a outros. Moisés é um bom exemplo disso. Somente duas pessoas das aproximadamente duas milhões que saíram do Egito debaixo do ministério de Moisés foram capazes de adentrar na Terra Prometida e alcançar o propósito para o qual deixaram o Egito. Uma característica básica iluminada por eles pode determinar se vivemos vitoriosamente ou em derrota, mesmo que sejam Cristãos declarados. Conheço muitos Cristãos declarados que declaram muito bem. Sempre que se lhes pergunta como estão, eles respondem “ótimo” ou “na bênção”, quando na verdade suas vidas estão aos cacos. Muitos que declaram não vivem o que declaram. Um papagaio pode dizer e fazer as coisas certas, mas não é algo do coração. As pessoas, especialmente as pessoas religiosas, podem ser os melhores papagaios. Devemos ir além disso agora para andar na verdade.

Mesmo assim, líderes eficazes não costumam ficar com pessoas que sempre enxergam os problemas. Isso não é porque eles não querem ver os problemas, mas querem pessoas que podem ver os problemas e também ver as soluções para os mesmos. Por causa disso, peço aos líderes que me querem trazer o problema que também tragam propostas de soluções. Não quero que sejam do tipo que só vêem o problema, mas do tipo que se orienta para as soluções. Sei que este fator pode determinar se vivem de forma vitoriosa ou se são perpetuamente derrotadas. O Rei o qual seguimos tem as respostas para todo problema humano. Para obter a resposta a estes problemas, tudo o que precisamos fazer é buscá-Lo.

Como sabem os líderes mais eficazes, quando as pessoas ficam vendo só o problema, elas podem ser devastadoras para a moral de qualquer organização. Líderes eficazes normalmente removem tais pessoas de suas organizações. O Senhor fez o mesmo quando rejeitou os dez espias e aqueles que os ouviram, impedindo-os de entrar na Terra Prometida. Ao mesmo tempo, Ele elogiou Josué e Calebe por terem um espírito diferente; eles não somente poderiam entrar na Terra Prometida, mas liderariam a geração que a possuiria.

Todos os doze espias viram as mesmas coisas na Terra Prometida, mas os dez espias maus viram os problemas como grandes demais, enquanto que Josué e Calebe viram os mesmos problemas como oportunidades. À medida que a igreja está se preparando para atravessar o seu “Rio Jordão”, é provável que muitos estejam experimentando uma purificação de liderança. Moisés, que representa a Lei, ou legalismo, não podia guiar o povo às suas promessas. Será necessário uma nova liderança, representada por Josué, que representa a fé.

Para se enfrentar as batalhas que hão de vir, será necessário um espírito como o de Josué e Calebe. Existem batalhas a serem lutadas para que possuamos nossas promessas. Josué foi um homem de fé, mas também foi guerreiro. Esta também é uma realidade que devemos ter; para que possuamos nossas promessas, será necessário que por elas lutemos. Geralmente, qualquer coisa que venha fácil ou rápido demais se torna insignificante. As promessas que recebemos para estes tempos são algumas das mais significativas jamais dadas ao povo de Deus. Aqueles que não estão dispostos a lutar por ela não são dignos delas.

Todos os doze espias viram os mesmos gigantes na terra, mas os dez que deram um relatório mal os viram como grandes demais para serem vencidos e disseram que Israel seria comida por eles. Josué e Calebe viram os mesmos gigantes, mas pensaram deles como pão a ser comido! Os dez espias maus estavam focados em como eram pequenos, enquanto Josué e Calebe estava focados em quão grande Deus era. Verdadeira fé é um foco em Deus – não em nós e nas circunstâncias. A Lei, ou legalismo, torna nossos erros o foco. A fé é em Jesus, não a nossa retidão, justiça ou fé, mas nEle, quem Ele é, e a autoridade que Ele tem.

Josué e Calebe tinham tamanha fé em Deus que estavam animados com o grande tamanho dos gigantes para que pudessem ver o poder de Deus. Maior parte dos Cristãos quer muito ver milagres, mas não querem ser colocados em uma posição em que precisarão de um. Veja e confira que quase todo milagre nas Escrituras veio em situações que estavam além da capacidade das pessoas.

Teria sido um relatório falso para Josué e Calebe retornar e dizer que não haviam gigantes. A verdade exigiu uma análise precisa da situação, e devemos fazer o mesmo. Porém, enxergamos os problemas emergentes com medo ou vemos oportunidade? A maior fé enfrentará os maiores problemas e verá a maior oportunidade.

É mandato nosso andar na verdade e não temer; queremos então precisamente avaliar o que estamos enfrentando, mas mantendo nossa atenção em Deus, que é muito maior do que qualquer situação ou problema que jamais poderíamos enfrentar nessa terra, sabendo que com o Seu Espírito Santo temos mais poder em nós do que qualquer anticristo. Estamos determinados a sequer temê-lo, mas confiar no Senhor, que é capaz de nos guardar, pois:

Esta esperança nós temos como âncora da alma, uma esperança certa e firme, e que passa além do véu (Hebreus 6.19).

E é por meio dessa esperança que não somente temos uma âncora para a alma, mas somos também capazes de passar além do véu para ir até a presença manifesta do Senhor. Nossa vitória é o Senhor. Ele nunca perderá uma única batalha, então tudo o que precisamos é segui-lo, e não perderemos.

Jesus era a mensagem apostólica. Os apóstolos pregavam Jesus, e todos seus propósitos era que as pessoas se tornassem a ele. Paulo até mesmo articulou isso como a devoção de “apresentar todo homem completo em Cristo” (veja Colossenses 1.28). Nisso eu penso que Paulo avaliava a cada pessoa de acordo com o ponto em que estavam em seu relacionamento com Cristo, e, se não O conheciam, Paulo pregava a Sua redenção. Se O conheciam, ele buscava de alguma forma os compelir a conhecê-Lo melhor. É isso o que Paulo vivia e respirava dia e noite – levar as pessoas a Jesus, sendo esta a grande solução a todo problema humano e esperança para toda a humanidade.

Outra esperança

Como abordamos no Boletim passado, esperança é uma das forças mais fortes no mundo. Em 2008, uma mensagem superficial e indefinida ganhou a eleição ao ofício mais forte no mundo, por um candidato pouco provável de ganhar. Não apenas o presidente é de uma minoria que compõe cerca de 12 por cento da população, mas ele também tem um nome Muçulmano, e disputou o cargo mais elevado em uma nação que tem sido extremamente ferida por extremistas Muçulmanos. Este foi um feito marcante que demonstra o poder da esperança de ultrapassar grandes obstáculos.

E de fato, esta superficial mensagem de esperança provavelmente não teria funcionado se as coisas estivessem bem no mundo, o que não era o caso. A possibilidade de McCain ser eleito estava igual ou até mesmo à frente da corrida enquanto que os investimentos em sua campanha estavam sendo ultrapassados por Obama em uma proporção de aproximadamente 8 para 1, com a mídia quase completamente do lado de McCain, até que o tsunami econômico se iniciou Setembro passado. Mesmo assim, Obama ganhou por uma margem incrivelmente pequena. Porém, ele ganhou, e foi esperança que ganhou por ele.

Uma avaliação posterior das eleições indicou que se os Republicanos tivessem mobilizado sua base como os democratas fizeram, e o resto mantido constante, McCain teria ganho. Em condições tais de confusão e medo, McCain não projetou a favor do que ele era com uma visão clara, principalmente quanto ao assunto mais forte do tempo, a crise econômica. Obama também não era claro de como iria enfrentar a situação, mas ele projetava uma confiança de que isso poderia ser feito.

Ele os criou “homem e mulher”

Na política, temos o que é chamado de “fator Mamãe e Papai”. Trata-se da tendência dos votadores de correrem para uma figura forte de pai quando a fonte de problemas é externa, como uma ameaça de guerra ou grande perigo. Por maior parte do tempo, isso é representado pelo Partido Republicano porque tem sido consistentemente forte quanto à defesa. Quando os maiores problemas são domésticos, os votadores tendem a procurar o Partido Democrata, que, como uma mãe, se demonstra mais compassivo quanto às lutas pessoais dos cidadãos e advoga que o governo deve resolver o problema de todos. Esta é uma tendência muito difícil de contrariar na política nacional.

Isso é uma generalização, e nem sempre o caso para todos, mas pais tendem a demonstrar menos compaixão e tendem a querer que seus filhos cresçam fortes e capazes de enfrentar as situações sozinhos. Mães, em geral, preferem que seus filhos cresçam de maneira mais compassiva. A verdade é que devemos crescer em ambos, então precisamos tanto de mães como pais. Se o partido Republicano demonstrasse mais compaixão, provavelmente seria difícil de jamais ser vencido. Da mesma forma, se o partido democrata começasse a projetar uma política externa e devoção à defesa fortes, como o fez sob Franklin Roosevelt, seria difícil de ser vencido.

Winston Churchill tem sido frequentemente chamado de o maior líder do século vinte. Muitos ainda estão tentando entender por que a Inglaterra o retirou do cargo de Primeiro Ministro imediatamente após a Segunda Guerra. Ele era uma figura lutadora e era forte, mas, após a guerra, os grandes problemas ingleses eram domésticos e econômicos, e foram então correndo para a figura de uma mãe, o partido que ao menos projetava mais cuidado nessas áreas. Isso também aconteceu no caso do Presidente George H. Bush. Após a guerra do Golfo Pérsico, ele tinha a aprovação mais alta de qualquer Presidente na história, e então apenas alguns meses depois não votaram nele para o cargo novamente contra o relativamente desconhecido Bill Clinton, cuja mensagem e foco eram domésticos: a economia.

Houve outros fatores, mas esta é uma tendência básica na política Norte-americana. Com o enfraquecimento das lembranças do 11 de Setembro, também se enfraqueceu o Partido Republicano. É por isso que a liderança Democrata é tão ameaçada por Sarah Palin e não podem parar de atacá-la, já muito tempo após a última eleição ter se findado; ela é uma figura de mãe herói, e uma líder forte e determinada. Mulheres como Margaret Thatcher, Golda Meir e Indira Ghandi têm estado entre os líderes mais eficazes da décadas passadas.

Não estou abordando estes assuntos para apenas falar de política, mas do surgimento de um tipo, vida e liderança de igreja radicalmente diferentes. Entender estes princípios no natural pode nos ajudar a sermos mais eficazes em alcançar nosso mundo. Uma coisa que me tem sido mostrada nesses últimos meses é a incrível autoridade que Deus tem dado a mulheres em todo âmbito: negócios, política e igreja.

Uma igreja guerreira

Enquanto escrevo isso, cerca de 70 por cento dos membros da igreja são mulheres, mas somente uma pequena porcentagem da liderança da mesma. Ainda assim, o aspecto básico da igreja é tão feminino que os homens não podem se identificar com ele. Ela é chamada a ser “a noiva de Cristo”, um conceito que muitos homens não conseguem realmente tatear. A igreja também é chamada a ser um exército. Apesar de dificilmente acharmos qualquer aspecto militar na igreja nestes tempos, está chegando, e quando chegar, muito mais homens virão, e finalmente acharão algo com o qual podem se identificar.

Como que isso se relaciona com o fato do Senhor capacitar mais mulheres com autoridade? Primeiro, ser compassivo não é uma característica feminina, mas de Deus. Jesus era constantemente movido por compaixão. Liderança forte que tenha este cuidado é uma das combinações mais imponentes de todas as combinações na liderança. Mesmo assim, a compaixão deve ser direcionada por obediência ou poderá ser reduzida a mera compaixão humana, e então se degradará para “misericórdia não santificada”, que é ter compaixão por coisas que estão sob juízo de Deus.

Jesus tinha compaixão, mas Ele não era guiado pela mesma, e não respondia às necessidades humanas; Ele somente fazia o que via o Pai fazendo. Deus é varão de guerra, e por isso que Ele usa o título de “Senhor dos Exércitos” mais de dez vezes mais que todos os seus outros títulos somados. Por esta causa, veremos a igreja se tornar o exército que é chamada a ser antes que possamos cumprir nosso propósito.

Devemos sentir cada vez mais compaixão, mas também sermos guiados pelo Senhor em aplicá-la. Ao mesmo tempo em que vemos grande autoridade sendo dada às mulheres, veremos mais compaixão, sentimento e sensibilidade vir sobre os homens. Isso não os torna fracos, mas os tornarão mais parecidos com Cristo. A forma com que eu me torno um com minha esposa não é tornando-a um homem, mas honrando quem ela é e permitindo que isso me atinja da forma que possamos um atingir ao outro.

À medida que a igreja começa a assumir um comportamento militar, isso atrairá muito mais homens, mas devemos fazer isso sem sacrificar os aspectos femininos que o Senhor quer que Sua noiva tenha. Ela será uma guerreira forte, mas também grande dama.

Enquanto escrevo isso, eventos continuam a iluminar o fato de que o Partido Republicano ainda está buscando uma visão, direção e conclamação clara, para os quais as pessoas possam ir. Quatro anos atrás a mesma coisa estava sendo dita a respeito do Partido Democrata, e é muito provável que clareza e liderança virão ao Partido Republicano. Porém, isso tem sido verdade para a igreja, em grande escala, durante ambas administrações, e mesmo muito antes delas.

A igreja recebeu um mandato, visão e direção claras, e a maior esperança que o mundo jamais ouvirá: o evangelho do reino. Evangelho quer dizer “boas novas”, mas por muito tempo a mensagem da igreja tem sido uma de perdição, e não a da maior de todas as esperanças. Quando isso mudar, podemos esperar o cumprimento de Isaías 60.1-5:

“Levanta-te, levanta-te; pois a tua luz chegou, e a glória do Senhor veio sobre ti.

“Pois eis que as trevas cobrirão a terra, e profundas trevas os povos, mas o Senhor virá sobre ti, e Sua glória resplandecerá em ti.

“E as nações virão à tua luz, e reis ao brilho do teu levante.

“Erga os teus olhos e olhe em volta, e veja; todos se ajuntam à tua volta, eles vêm a ti. Seus filhos virão de longe, carregando em seus braços suas filhas.

“Então você verá e ficará radiante, e seu coração se encherá de alegria, visto que a abundância do mar virá a ti, e a riqueza das nações a ti se achegará.”

Estamos agora em um tempo em que as trevas estão cobrindo a terra e profundas trevas os povos, então estamos também em um tempo em que a glória do Senhor será revelada para e por meio de Seu povo. Em tempos de trevas, a luz será ainda mais evidente. O resultado disso será, por fim, as nações vindo à luz. É para isso que devemos nos preparar – sermos carregadores de Sua glória e ousadamente direcionarmos as pessoas aos caminhos do Senhor.

Tocando a trombeta

Ter uma mensagem de esperança não quer dizer que não reconheçamos que haja trevas, ou os grandes perigos dos tempos, o que seria uma ilusão. Para tocar uma trombeta de alarme, devemos direcionar a atenção para o perigo, o que tenho procurado fazer por certo tempo. Não somos bons atalaias se o inimigo está às portas e estamos cantando “Oh Happy Day”! Assim como vemos em todos os Livros proféticos da Bíblia e as profecias tanto do Senhor como dos apóstolos sobre estes tempos, eles estavam todos esclarecidos sobre as trevas, perigos e dificuldades. Porém, o Senhor nos exortou a “não temer” (veja Isaías 35.4, 54.4), então não devemos temer essas coisas, mas as enxergar como oportunidades que de fato são. Não estamos andando na verdade se não discernimos as condições reais, mas também não estamos andando na verdade se não estamos vendo e crendo na vitória da Verdade.

Me foi mostrado nos fins da década de '80 muito do que está agora vindo sobre o país, maior parte eu escrevi em meu livro, A Colheita. Muitos sentiram que por eu ter escrito naquele tempo, aquelas coisas viriam a ocorrer imediatamente, mas como constantemente dizia, não tinha um tempo exato para os eventos. Maior parte das profecias na Bíblia foram dadas muitas centenas e até milhares de anos antes que ocorressem de fato. Para que as que eu recebi começassem a ocorrer tão rapidamente como têm ocorrido revela muito sobre os tempos em que estamos – as coisas estão se acelerando.

Mesmo assim, é um princípio profético básico que se nos forem mostradas coisas negativas que sejam destinadas a acontecer, podemos mudar esse destino. A Palavra também está clara sobre como fazer isso. Há um ditado que afirma que se não mudarmos nossa direção, por fim chegaremos onde estamos destinados a chegar. Precisamos ter a sabedoria e clareza para ver que para onde estamos agora destinados não é o lugar para o qual queremos ir. Precisamos tocar a trombeta, não para causar medo e pânico, mas para sermos claros de que estamos em curso de uma colisão devastadora, de forma que os verdadeiros líderes, que têm fé, coragem e visão clara, se levantarão para ajudar a mudar a direção para que a catástrofe seja evitada.

Quando eu reli A Colheita para a edição de aniversário de vinte anos, estimei que pelo menos 70 por cento do que me foi mostrado naquela visão de dois dias e meio já tinham ocorrido. O resto, muitas coisas que pareciam impossíveis em 1987 quando recebi a visão, não somente parece possível agora, mas provável. Mesmo assim, com a exceção das profecias bíblicas que têm de se cumprir, o cumprimento dos aspectos negativos de tais profecias como me foram mostradas naquela visão podem ser evitados com intercessão e/ou arrependimento. Arrependimento quer dizer mudarmos nossa direção.

Maior parte daquela profecia que me foi mostrada foi positiva, mas creio que para que se cumpra, será necessário intercessão e/ou arrependimento. Por exemplo, quando o profeta Daniel estava lendo a profecia de Jeremias e descobriu que era hora dos Israelitas exilados serem restaurados à sua terra, ele não apenas se reclinou e se alegrou, mas começou a orar pelo cumprimento desta profecia. “Os céus são do Senhor, mas a terra Ele a deu aos homens” (Salmos 115.16), então o Senhor não irá intervir sobre a mesma até que homens comecem a clamar para Ele fazê-lo. Ele exige intercessores antes que Ele intervenha.

Nossa esperança

Recebemos uma grande promessa para estes tempos em I Coríntios 10.13:

Nenhuma tentação lhes sobreveio que não fosse comum aos homens; e Deus é fiel, e não lhes permitirá ser tentado além do que sois capazes de suportar, mas com a tentação Ele proverá o escape, para que possais suportar.

Podemos estar certos de que nada será permitido em nossas vidas que não possamos suportar, e em cada caso também será fornecido um escape. Aqui, o “escape” é um “também”, indicando que escape não é a única escolha, mas é uma. Porém, existe outra questão que devemos entender – não haverá tentação em nossa vida que não seja “comum ao homem”. Nenhuma luta em nossas vidas é arbitrária, ou aleatória, como que por acaso, pelo contrário, elas têm um propósito – que possamos encontrar a luz nos tempos de trevas, e então sermos uma luz aos outros que estejam nas mesmas trevas.

Lemos em I Pedro 4.17 que “o juízo começa na casa de Deus”. Muitos Cristãos pensam que juízo seja uma condenação ou destruição, mas a maioria das palavras traduzidas por “juízo” são positivas, sendo uma disciplina do Senhor porque Ele disciplina aqueles a quem ama. É por isso que muitos Cristãos começaram a passar por dificuldades financeiras muito antes do esfacelamento financeiro do mundo. O Senhor queria que Seu povo passasse por isso antes porque devemos estar sobre solo firme antes que possamos puxar outros da areia movediça.

A terra firme que temos é mais do que a própria terra – temos a certa promessa de Um que está sobre todo governo, autoridade e domínio, que inclui todas as circunstâncias, de que Ele nunca nos deixará ou abandonará, e que “graças sejam dadas a Deus, que sempre nos guia em Seu triunfo em Cristo, e manifesta por meio de nós o doce aroma de Seu conhecimento em todos lugares” (veja II Coríntios 2.14).

Não somente Ele promete estar conosco durante o que for que estejamos passando, mas nos promete a vitória se apenas seguirmos a Ele. Um motivo chave para toda luta é que aprendemos, por meio delas, a segui-lo melhor, e elas também são para que alcancemos vitória. Não devemos jamais deixar uma situação em estado de derrota. O propósito principal seguinte é que Ele possa manifestar o conhecimento de Si por meio de nós. Para ser confiado com tais lutas é um alto chamado. É por isso que os apóstolos saíram, ao serem humilhados com o flagelo das autoridades, se alegrando de que foram considerado dignos de sofrer vergonha por causa do Seu nome.

Muitos Cristãos, igrejas e ministérios, estão passando pelas mesmas lutas que são “comuns ao homem” agora mesmo. A crise econômica está atingindo quase a toda igreja, ministério, e maior parte dos crentes até certo ponto. O Senhor irá liderar Seu povo em triunfo nisso, e o fará de forma tal que irá revelar o Seu conhecimento, ajudando a muitos a se tornarem a Ele e, da mesma forma, encontrar o escape dessas dificuldades.

Certamente a Palavra diz isso, e as profecias bíblicas se cumprirão. A riqueza das nações virá para o povo de Deus, mas primeiramente devemos estar maduros e estáveis o suficiente para conseguir administrar as coisas corretamente. Não estão vindo sobre nós para que possamos ser apenas abençoados, mas para que sejamos uma bênção, o que é maior e traz maior satisfação.

Se o Senhor miraculosamente eliminasse as dívidas nas quais maior parte de Seu povo se encontra, este estaria novamente em dívida rapidamente se não se arrependesse e deixasse os caminhos que o levaram à escravidão. Assim também se Ele nos desse muita riqueza antes que estivéssemos prontos, a gastaríamos rapidamente, assim como qualquer um que ganha na loteria parece fazer. Neste momento, a tarefa é encontrar a Rocha e construirmos nossas vidas sobre o reino que não pode ser abalado. O reino deve ser pregado à igreja, e ela deve estar construída sobre ele antes que possa o pregar para o mundo. É por isso que o grande abalo que está agora vindo sobre o mundo é para primeiramente libertar o povo de Deus, e então será capaz de libertar a muitos outros.

O reino de Deus está disponível. Tudo o que está ocorrendo sobre o mundo agora mesmo é um sinal de que está próximo. Como lemos em Daniel 2, quando a estátua que representa o reino dos homens começou a entrar em colapso, a pequena pedra que representava o reino de Deus cresceu e se tornou uma montanha, e então continuou crescendo até que preenchesse toda a terra. Isso está ocorrendo agora mesmo.

A grande questão é: continuaremos construindo o que está entrando em colapso ou sobre o que irá durar para sempre? Mesmo que o reino seja ainda uma pequena pedra comparado à grande estátua, é uma esperança que não pode decepcionar. Pode ser como um ajuntamento com outros indigentes e com Davi em uma caverna, mas esses indigentes são na verdade grandes guerreiros valentes que apenas precisam de um pouco de ajuda para se tornar quem são chamados a ser.

Quando maior e vitorioso se tornar o reino emergente, menos fé será necessária para que se ajunte a ele, e é por isso que os verdadeiros valentes estão agora chegando. A verdadeira fé, como a de Abraão, está buscando o que Deus está construindo, não o homem. O que Deus constrói pode começar pequeno, e até mesmo nascer em uma estrebaria, mas Ele é o Alicerce que perdura para sempre. Por um tempo, somente os que tinham uma revelação podiam O encontrar e adorar, mas em breve todo o mundo será agitado novamente enquanto Ele caminha sobre a terra por meio de Seus fiéis. Ele é a esperança, a Âncora para nossas almas. Ele nunca nos decepcionará.

[permissão para tradução gentilmente concedida pelo ministério MorningStar, www.morningstarministries.org]




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