O Exército de Deus se Mobiliza, Parte 7
por Rick Joyner
Semana passada começamos a abordar algumas das estratégias militares básicas e como elas se relacionam com o rumo da igreja em nossos tempos. Repetindo, muito do que estou dizendo é uma generalização, e generalizações nunca são verdadeiras para todos os casos. Dito isto, a igreja tem procurado lutar em muitas batalhas de uma vez só, resultando em pouco ou nenhum sucesso apesar de enormes gastos em esforços e recursos. Temos também, por vezes, tomado território que não conseguimos manter, por fim resultando em uma pior derrota.
Não é nenhuma coisa pequena mobilizar as pessoas para uma campanha. Elas somente responderão a um chamado porque crêem nele. Feito isto, elas devem permanecer encorajadas, o que, por sua vez, significa ter coragem, que por sua vez vem de se acreditar que podes vencer. Qualquer exército perderá coragem após ter sofrido repetidas derrotas. Em tempos recentes, o corpo de Cristo não tem tido muitas vitórias, e muitas delas ocorrem de forma já programada a todos se retraírem logo após. Muitos da igreja até têm uma escatologia (estudo das profecias bíblicas para o fim dos tempos) que é basicamente para se aprontarem para abandonarem o navio. Mesmo assim, uma tendência animadora tem ocorrido para muitos na igreja, de abraçarem uma escatologia muito mais vitoriosa.
Tenho estudado muitas visões de escatologia e encontrei algum mérito em quase todas. No entanto, existem muitas formas que elas entram em conflito entre si, e umas têm até conflitos básico consigo mesmas. Isso não me preocupa o tanto quanto quando elas têm conflitos básicos com as Escrituras, o que algumas delas têm. Esse geralmente é o caso de se assumir conclusões ousadas e por demais específicas em algo sobre o qual as Escrituras são um tanto quanto ambíguas a respeito, e então negligenciar outras profecias bíblicas que podem dar uma perspectiva diferente. É verdade que quase toda heresia é resultado de alguém procurar levar a uma conclusão lógica o que Deus revelou somente em parte. Então eles começam a usar o crer em sua revelação como um teste [litmus test, teste de ph] para os "fiéis". Quando isso começa a acontecer, faríamos bem em nos afastar para bem longe daquele grupo – eles estão caminhando rumo ao engano.
Estou abordando isso aqui porque é difícil promover um ensinamento sobre estar preparado para os tempos sem tratar de alguns dos assuntos de escatologia. O que as Escrituras deixam claro a respeito, devemos todos abraçar, mas o resto das teorias devemos considerar muito levemente e não ver problema em outros discordando de nós a respeito delas.
Também não estou dizendo ter um conhecimento perfeito nesse assunto de escatologia, mas o que estou apresentando aqui penso ser claramente bíblico e não está em conflito básico com nenhuma das visões populares da mesma. Um assunto básico com o qual penso que todos podemos entrar em concordância é a própria declaração do Senhor em Mateus 24:14: "E esse evangelho do reino será pregado em todo o mundo como um testemunho para todas as nações, e então virá o fim". Isso é claro e é a missão básica para a qual o exército de Deus se mobilizará, e a cumprirá.
Devemos também entender que o evangelho do reino não é o mesmo do evangelho da salvação. O evangelho de nossa redenção e salvação é o alicerce do evangelho do reino, mas está longe de ser o evangelho completo. O evangelho do reino não diz tanto a respeito de nossa salvação o tanto quanto sobre o Rei retornando, o Seu reino vindo à terra, e a Sua vontade sendo feita na terra como é feita nos céus. O evangelho do reino, dessa forma, diz a respeito da salvação de toda a terra, não apenas salvação pessoal.
Como temos tratado isso em certa profundidade nos dois últimos anos, não vou desdobrar o assunto aqui senão para o manter como nosso objetivo, ocasionalmente revisar os aspectos do quê isso significa, ou como será feito, e acrescentar perspectivas que não abordamos ainda.
A primeira característica desse exército que está se ajuntando é que é um exército do reino de Deus, não de um reino terrestre. Não será usado para promover os interesses de qualquer nação na terra, apesar de que quase toda nação na terra irá procurar usá-lo para seus próprios interesses. Isso não quer dizer que Cristãos não devem estar envolvidos com política, negócios ou trâmites desse mundo, ou mesmo se mobilizar para os reparar, mas existe um exército que será ajuntado que não poderá se distrair de seu propósito – pregar o evangelho do reino e preparar o caminho para o Senhor. O Senhor não está vindo como Republicano ou Democrata, um liberal ou um conservador, um socialista ou um capitalista – Ele está vindo como Rei!
A base para todo reinado é que a autoridade do rei é reconhecida. Obediência ao Rei Jesus é o princípio mais básico de se viver no reino, preparar o caminho para o reino, e pregar o reino. Conhecer a Sua voz e obedecer são as características mais básicas dos que se mobilizariam para ser parte do exército de Deus.
Eu compartilhei anteriormente que no serviço militar ou treinamento básico a primeira coisa que você é ensinado a fazer é marchar junto com outros. Isso é verdade estando você no Exército, Marinha ou Aeronáutica. O motivo para tal é essencial para qualquer força militar: ensinar recrutas a ouvir a comandos e os obedecer. Um texto bíblico para isso é o que o Senhor disse sobre o Bom Pastor em João 10:4: "Quando ele coloca adiante os que pertencem a ele, ele vai adiante deles, e as ovelhas o seguem porque conhecem a sua voz".
Todo o povo de Deus precisa conhecer a Sua voz, não apenas profetas, pastores ou líderes de igreja. Enquanto estava no treinamento básico, todos tinham de estar atentos para ouvir as ordens de comando enquanto marchavam, ou rapidamente perderiam o passo, virariam para a direção errada, ou não virariam quando o resto da companhia o fazia, para a grande vergonha deles mesmos. Inicialmente a punição era a própria vergonha. Após haverem treinado por um certo tempo e já se esperar que a companhia saiba melhor, a punição se tornava cada vez mais severa. Isso era quase muito mais que apenas estragar a cadência de uma tropa, mas em um campo, frota, ou no ar, não ouvir e responder corretamente a uma ordem de comando poderia colocar toda a tropa, navio ou vôo em perigo.
Em geral, a igreja está agora mais para um ajuntamento que para um exército. Não muitos podem sequer ouvir as ordens do Senhor. Muitos que sabem que Ele está falando não conseguem entender o que Ele está falando e ainda menos chegam a obedecê-lo. A capacidade de conhecer a Sua voz e obedecê-lo é fundamental. À medida que o exército se mobiliza e começa seu treinamento, os que não conhecem a voz do Senhor despontarão cada vez mais. Se isso não os compelir a virem a conhecer a Sua voz, e sempre estar na escuta para ouvi-la para que possa obedecer a Ele, por fim serão removidos, sendo que serão um perigo para todos. Os tempos que estamos adentrando será tal que se tornará uma questão de vida ou morte conhecer a Sua voz e obedecer a Ele.
Este é um motivo pelo qual temos gasto duas décadas no MorningStar procurando ouvir melhor a Sua voz, e sediado conferências de equipar profético para ajudar aos outros a reconhecerem Sua voz. Este é o principal objetivo dessas conferências, e não apenas profetizar às pessoas, mas, para todos que vierem, irem embora conhecendo melhor a Sua voz. Temos ajudado a treinar milhares de todo o mundo a conhecerem a Sua voz, e muitos destes têm chegado ao ponto de treinar outros. Estes incluem pastores, líderes de moveres, inúmeros líderes de grupos que se reúnem em lares, assim como muitos Cristãos que não estão liderando nada agora, mas irão.
Repetindo, conhecer a voz do Senhor não é apenas para profetas ou para os super-espirituais, mas para todos os crentes. Todo soldado raso no exército de Deus terá de conhecer a Sua voz e responder à ela. Os que nisso crescem são normalmente promovidos, e algumas vezes podem ser usados para serem a Sua voz. Quanto mais crescemos, mais poderemos ajudar a liderar neste caminho, mas o alicerce é o mesmo para todos – Suas ovelhas conhecem a Sua voz, e O seguem porque conhecem a Sua voz.
[permissão para feliperudiuk@hotmail.com traduzir gentilmente concedida pelo ministério MorningStar]
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