domingo, 31 de janeiro de 2010

Palavra para a Semana nº 04


Preparados para os tempos, parte 04


Semana 04, 2010

A principal forma pela qual conhecemos a voz do Senhor é estando com Ele; ainda assim, em nosso relacionamento pessoal com Ele, aprendemos alguns princípios que podem ajudar aos outros. O Senhor se relaciona com cada um do Seu povo de maneira diferente e pessoal. Não porque Ele esteja mudando, mas porque todos somos diferentes, um atributo que parece que o Senhor ama de maneira especial em Sua criação. É por isso que Ele deu uma palavra diferente para cada uma das sete igrejas no Apocalipse, todas existindo ao mesmo tempo e região.

Cedo em minha caminhada com o Senhor, vim a perceber que existe um protocolo divino cheio de classe, graça e sabedoria especiais. Aprendi a reconhecer isso, e sempre que vinha um mensageiro que não tinha esse senso de classe e dignidade especiais, sabia que não era do Senhor. Não consigo articular isso com maior clareza, e não penso que possa ser reconhecido usando-se uma fórmula. Só sei disso por causa dos anos que tenho passado andando com Ele. Isso tem me ajudado muito.

Tenho tido o privilégio de liderar um ministério construído sobre palavras proféticas precisas, valiosíssimas para nós. Não trocaria esta experiência por nada. Porém, como o Senhor explicou, quando Ele planta trigo em um campo, o diabo vai procurar, no mesmo campo, plantar joio. Este último também tenta se envolver no que estamos fazendo, por meio de palavras proféticas falsas. Maioria dessas palavras falsas que vinham eram facilmente discerníveis porque não tinham aquela classe e dignidade que vim a conhecer como sendo únicas do Senhor.

Um dos exemplos mais óbvios de uma palavra que falte nisso é quando pessoas ocasionalmente me dizem que tiveram uma revelação, ou sonho profético, no qual o Senhor lhes disse que eu iria lhes dar ou fazer algo que exigiria um enorme compromisso de minha parte. Ao invés de sentir a “classe divina”, quase sempre sinto manipulação ou pressão com este tipo de palavra, e portanto a rejeito. Inevitavelmente, minha rejeição iré revelar o verdadeiro espírito por trás dessas palavras.

Já aconteceu também do Senhor me dizer que alguém em específico iria me dar ou fazer algo específico a mim, e isso viesse a ocorrer. Porém, eu nunca diria às pessoas envolvidas esta revelação até que a tivessem executado, porque poderia ser manipulativo agir assim e portanto faltaria com a classe e dignidade que tenho vindo a esperar das palavras do Senhor. Se o que eu ouvi foi do Senhor, Ele irá trabalhar sem a minha manipulação. Ela é um aspecto de bruxaria e se trata de falsa autoridade espiritual. Não quero receber nada dessa forma.

Nunca ceda a algo que você se sinta pressionado a fazer. Nunca faça nada que colocaria este tipo de pressão sobre os outros; é um afastamento básico do caminho dos justos, e qualquer coisa ganha dessa forma só resultará em pedra de tropeço a nós.

Para equilibrar isso, devemos também entender que muitas das verdadeiras palavras que Deus dá virão por meio de vasos que poderíamos pensar que não têm muita classe. Devemos lembrar que o Senhor Jesus não veio de uma forma estimada pelos homens, mas a classe e dignidade que Ele representava era realeza em um nível além de qualquer rei terreno. Isso não é uma questão de aparências. Tenhamos em mente que muitos dos profetas, os primeiros vasos da palavra do Senhor, também podiam ser do tipo mais estranho de pessoa. Porém, a palavra do Senhor que eles carregavam ainda tinha uma classe divina.

Alguém outro pode ter crescido em reconhecer uma característica diferente de Sua voz, como Seu amor ou autoridade, ou o que seus dons e chamados particulares lhes faria mais sensíveis para perceber. É por isso que o Apóstolo Paulo não disse “tenho a mente de Cristo”, mas, “temos a mente de Cristo” (veja I Coríntios 2.16). O Senhor compôs Seu corpo de forma tal que todos nós precisamos um do outro. “Vemos em parte” e “conhecemos em parte” (veja I Coríntios 13.9), então, para termos uma visão geral, teremos de colocar a parte que temos junto com a dos outros.

O fato de que não podemos ver a tudo ou conhecer a tudo pode colocar medo nos inseguros, mas um número grande demais de doutrinas e princípios ensinados se baseiam mais nas inseguranças das pessoas do que na verdade. A verdadeira segurança reside no Senhor, não em nós, nem em nossa habilidade de percebê-Lo ou conhecer Sua voz. Mesmo o grande Apóstolo Paulo admitiu ter sido “frustrado por Satanás”, o que me deixa pensando que qualquer um de nós poderia, também. Esta humildade de ser dependente dEle e de um do outro é perpétua. Já que sabemos que Deus dá Sua graça aos humildes, devemos ficar felizes em abraçar a esta humildade.

Devemos procurar aprender dos outros que são capazes de reconhecer a voz do Senhor, para que possamos, também, nos tornar mais sensíveis a ela. Poderia ser mais fácil se tivéssemos uma lista de princípios claros para distinguir a voz do Senhor, mas então não precisaríamos buscá-Lo tanto. O valor de uma única palavra de Deus não pode ser medida em termos humanos. Como no caso de qualquer coisa de valor, o que a deixa valiosa é que ou é rara ou difícil de se conseguir. A palavra de Deus não pode ser comprada porque vale mais do que qualquer coisa com a qual poderíamos pagar, e já foi comprada pelo elemento mais precioso em toda a criação – o sangue do Filho de Deus. É, portanto, prometida a todos que amam Sua palavra o suficiente para buscá-La.

Aqueles que a buscam agem assim porque o seu amor à verdade ultrapassará qualquer obstáculo. O Apóstolo Paulo elogiou aos Gálatas por recebê-lo como se fosse um anjo, ou mensageiro de Deus, mesmo que sua carne lhes fosse uma provação. Não lemos como sua carne lhes foi uma provação, mas eles podiam enxergar além da carne para receber o mensageiro, e por vezes precisamos fazer isso também. Temos alguns casos nas Escrituras de profetas agindo de maneira errada, mas as mensagens que eles carregavam ainda era verdadeira.

Temos, nas Escrituras, até algumas pessoas que tinham traços de caráter ruim, mas eram verdadeiros profetas, como Balaão ou Jonas. Uma série de grandes campeões do Livro dos Juízes tiveram traços de caráter questionável e até mau. Entretanto, isso não reflete o Senhor o tanto quanto reflete a nós. Ele merece mais. Se Ele está usando vasos os quais não aprovamos, talvez devêssemos estar perguntando por que Ele não usaria a nós. Ainda assim, ao longo das Escrituras a Sua Palavra foi carregada, maior parte do tempo, por aqueles que exigiam que Seu povo olhasse além da embalagem para receber a mensagem. Porém, o Senhor tem uma certa dignidade, classe, graça e sabedoria que seremos capazes de discernir na mensagem porque são Sua natureza. É por isso que a coisa mais importante que podemos fazer para conhecer Sua voz é conhecermos a Ele.

Rick Joyner, 18/01/2010

[permissão para tradução gentilmente concedida pelo ministério MorningStar, www.morningstarministries.org]


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