segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Palavra para a Semana (de Rick Joyner) nº 39

Ministérios MorningStar: Palavra para a Semana nº 39 (24 de Setembro de 2007)

Tomando a Terra, Parte XCVI

por Rick Joyner

Tendo estudado avivamentos e moveres de Deus por quase quarenta anos, ainda hei de encontrar um exemplo de uma igreja ou trabalho que consiga sustentar um verdadeiro avivamento por mais de alguns anos, e normalmente dois é o limite. Maior parte das vezes, a igreja ou a região que foi anfitriã do avivamento, terminou em piores condições do que antes dele. Por quê?

Antes de procurar responder a isso, permitam-me dizer que mesmo que um verdadeiro avivamento possa ser muito custoso para aqueles que o sediam, ainda assim eles valem a pena pelo bem que eles causam. Mesmo assim, para o anfitrião ser tão devastado por um avivamento não é o melhor; antes disso, é possível para estes serem abençoados e beneficiados dele.

Já que vemos em parte e conhecemos em parte, pode haver mais para a resposta dessa questão do que eu vou apresentar. Meus estudos e minha experiência me levaram a crer que a principal razão para tal é a falta da compreender as fases da vida e desenvolvimento em igreja que temos estudado, e a falha em fazer as transições necessárias entre elas.

Conhecer estes princípios e ter o ímpeto e determinação para implementá-los são duas coisas diferentes. É muito mais fácil ser um comentarista de rodas do que estar no jogo. Ter a sabedoria e liderança para navegar no processo de alguma dessas transições quase certamente irá exigir passar por uma das coisas mais desanimadoras e que causam mais desapontamento que um líder pode enfrentar: perder muitas pessoas.

É improvável que uma transição entre qualquer dessas fases possa ser feita sem perder muitas pessoas, e portanto muito apoio. Haverá uma poda com cada transição, e provavelmente uma poda bem severa. Não muitos terão a visão espiritual ou compreensão para ver isso como algo positivo – que essa poda é necessária para que a árvore possa dar muito mais fruto depois. Vamos agora ver algumas coisas que podem ajudar a nossa visão nisso.

Primeiro, o maior líder que já andou na terra, Jesus, passou pelo mesmo tipo de poda quando Ele fez transições em Seu ministério. Nós vemos isso demonstrado dramaticamente em João 6. Grandes multidões o seguiam por causa dos sinais que viam. Outros o seguiam por causa dos sinais que viram. Outros O seguiam por causa da provisão de Deus – Ele os alimentou multiplicando os pães e peixes. Quando Ele disse às multidões que Ele era o Pão do céu que a não ser que eles comessem de Sua carne e bebessem de Seu sangue, não poderiam ter parte com Ele, diz que não só as multidões o deixaram, mas muitos dos seus discípulos também (veja o verso 66). As multidões O seguiam por o que Ele podia lhes dar, mas quando chegou o momento de seguí-Lo por causa dEle mesmo, não sobraram muitos.

Esse capítulo representa uma transição significativa no ministério de Jesus. Até lá, Ele fazia maior parte de Suas obras e apresentava Seus ensinamentos para as multidões. Após isso, Seu foco era mais em Seus discípulos que nas multidões. Antes dessa transição, Ele fazia grandes milagres para que as pessoas pudessem crer. Após isso Ele fez milagres para os que criam.

É claro que, após essa transição, multidões ainda maiores o seguiriam novamente. Permaneçamos no curso; toda poda no final resultará em mais fruto. Porém, devemos também considerar o seguinte: o Senhor nunca depositou sua confiança nas multidões. Porquê? A mesma multidão que clamou “Hosana! Bendito é o que vem em nome do Senhor” (veja Marcos 11:9), apenas cinco dias depois clamava “Crucifica-o!” Um líder é tolo se confia na inclinação dos muitos – esta pode mudar rápido, fácil e profundamente. Um verdadeiro líder deve liderar por ter em si convicção e determinação de permanecer no curso, independente do que outros possam pensar ou fazer, ou quantos o irão seguir.

Uma coisa que tem me ajudado a apoiar o ver pessoas deixando igrejas do MorningStar é vê-las como sementes que estamos plantando em todo o corpo de Cristo, que irão então dar mais frutos a partir do que receberam de nós. Freqüentemente dizemos que maioria das pessoas que vêm a nós “logo vão embora”, ou vêm para ficar um pouco, pegar o que precisa e então vão adiante para ser uma bênção para outros. Dessa forma, temos podido ajudar a povoar muitas outras congregações com pessoas excelentes.

Isso não seria possível sem manter uma visão por todo o corpo de Cristo, ao mesmo tempo mantendo uma para o que somos chamados para fazer também. Qualquer parte do corpo que cresce sem consideração com as outras partes é um câncer. Nós não queremos ser um câncer para o corpo, mas uma bênção para ele – ele todo. Decidimos no começo querer o nosso fruto no céu e não nos importarmos com como ele se aparenta aqui. Essas pessoas não são minhas, e eu nunca quero me tornar possessivos delas. Elas são do Senhor e Ele deve ser capaz de as colocar em Seu corpo onde Lhe agrada, não eu.

Outra coisa que fazemos é parar todas as nossas reuniões e cultos todo mês de Julho e dizer para as pessoas visitarem outras igrejas para que mantenham uma visão de todo o corpo em nossa região. Também dizemos para elas que se acharem um lugar no qual se encaixam melhor do que conosco, que permaneçam lá. Nós as abençoamos para fazerem isso. Isso as tem ajudado a irem embora livremente quando precisarem, e nos tem ajudado a mantermos nossa atenção e fé no Senhor, não nas pessoas. Todo mês de Agosto, começamos as primeiras reuniões sem saber se pessoas irão voltar. De fato isso aumenta a nossa fé a cada ano que passa. Porém, até o presente momento, mais voltam do que os que enviamos, e algumas vezes muitos mais. Esse não é na verdade o nosso objetivo, mas acontece.

É também de se pensar que isso nos ajudaria a ganhar a confiança das outras congregações locais, enviando nossas pessoas para eles, e até as dizendo para levarem seus dízimos com elas para abençoar outras congregações, mas até aqui o inverso tem sido verdade. Isso só os tem feito suspeitar mais de nós, principalmente os que são muito possessivos de seu povo, ao simplesmente não compreender porquê fazemos isso.

Porém, não estamos fazendo isso para ganhar a confiança de congregações locais, estamos fazendo por obediência, e para abençoar essas congregações quer elas reconheçam ou não. Se realmente temos uma visão de reino, iremos medir nosso sucesso como igreja pela saúde das outras congregações em nossa área. Dessa forma, ficamos felizes ao enviar alguns dos nossos melhores todo ano. Não procuramos recompensas ou reconhecimentos deles, mas do Senhor.

Possivelmente o maior beneficio tangível que temos recebido é o frescor incrível que provém disso e do avanço espiritual inquestionável do qual temos gozado todo outono [após o mês de julho]. Podemos detectar no mês de junho que as pessoas precisam de um descanso das reuniões, mas em agosto, quando elas voltam, notamos que elas realmente sentiram falta das reuniões, e há um zelo novo nelas e em nós simplesmente por nos reunirmos.

Isso é algo que fazemos do qual cremos que foi uma estratégia que o Senhor nos deu, mas eu não estou recomendando outros a fazerem isso. Eu agora sei de alguns outros que ouviram do que estamos fazendo, tentaram o mesmo, e eles, também, têm perceberam um grande beneficio disso. Porém, considero isso ser entre elas e Deus.

Fazemos isso em Julho porque é o sétimo mês, e existe um porquê de se observar o Sábado do Senhor. Não fazemos isso para observar a lei, e se isso se torna mais uma lei, sabemos que será contra-produtivo. Fazemos por obediência, e para nós funciona. Já é limite do que eu quero falar a esse respeito, mas eu acho de fato que o Senhor pode nos dar coisas práticas para fazer que manterão nossa confiança e atenção nEle ao invés de nas pessoas, o que é crucial se queremos nos tornar líderes levantados pelo Senhor e guiados por Ele.

Poderíamos também pensar uma estratégia como essa iria enfraquecer muito nossas igrejas locais, mas o inverso tem ocorrido. As pessoas do nosso núcleo na verdade são as mais fortes que eu já vi em uma congregação local, e elas estão se fortalecendo cada vez mais. Nossa equipe de liderança central também tem mais longevidade juntos do que qualquer outra equipe da qual eu saiba. Até aqui, temos passado por um certo tanto de transições com um certo tanto de nossas congregações, e eles têm sido tão calmos e lisos quanto eu poderia imaginar. Eu os tenho visto passar por podas severas sem chegar perto da turbulência que estávamos esperando, e o aumento de frutos aparentemente sem o orgulho que freqüentemente vem junto, que por sua vez desvia um trabalho e estraga o fruto.

É claro que talvez eu compartilhar dessa forma as coisas seja uma forma de orgulho. Espero que não, mas agora temos longevidade o suficiente para ver que se algo está funcionando, e se pode ajudar a outros, então eu quero compartilhá-lo. Eu acho que uma coisa que irá ajudar a toda igreja, mover, denominação, ministério ou missão é não construir com base nas pessoas, mas com base no Senhor. Ainda, não use as pessoas para erguer seu ministério, mas use o seu ministério para erguer as pessoas.


[Autorização para felipeworld@hotmail.com traduzir gentilmente concedida por MorningStar]

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