quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Palavra para a Semana (de Rick Joyner) nº 45

Ministérios MorningStar: Palavra para a Semana nº 45 ( 05 de Novembro de 2007)

Tomando a Terra, Parte CII

por Rick Joyner

Como abordamos anteriormente, é provável que alguns dos maiores líderes e missionários Cristãos de todos os tempos estejam vivos e servindo agora. Mesmo assim, até 90 a 95 por cento de missões Cristãs são ou ineficazes ou contra-produtivas – sendo algumas vezes testemunhas negativas para o evangelho. Existem motivos variados para isso, mas a maioria desses missionários são bons Cristãos, devotos ao seu trabalho, e ficariam apavorados com a idéia de que seu trabalho poderia ser contra-produtivo à causa de Cristo. Porém, o problema pode não estar neles, talvez seja um problema de falta de treinamento apropriado ou ser equipado e posicionado apropriadamente. Eu uso a palavra “apropriado” aqui porque, em muitos casos, os missionários são altamente treinados e bem equipados, mas não para as situações nas quais foram colocados.

Algumas vezes a sua forma de apresentar o evangelho é tão ocidental, européia ou americana que não cabe onde eles foram posicionados. O Apóstolo Paulo disse que quando esteve em Roma ele fez como os romanos, o que significa que devemos ser sensíveis às culturas e costumes dos povos que estamos procurando alcançar. Ao errar nisso pode-se não apenas atrapalhar a pregação do evangelho, mas grandemente atrapalhar qualquer igreja que se inicie naquela área, que tenderá a assumir as características da mensagem que a fundou. Isso pode desnecessariamente manter aquela igreja em conflito perpétuo com as pessoas da região. Existem pedras de tropeço o suficiente ao evangelho sem que contribuamos com outras desnecessárias.

Ao considerar isso, precisamos entender que o Senhor algumas vezes projeta os seus missionários para serem uma ofensa para aqueles para aos quais foram enviados. Um bom exemplo disso é quando Ele escolheu Pedro como o apóstolo para os Judeus e Paulo para os gentios. Não parece que o Senhor inverteu isso? Pedro, sendo um pescador não polido, era uma ofensa aos Judeus para os quais foi enviado. Paulo, sendo “Fariseu dos Fariseus”, foi ofensa tal aos gentios para os quais foi enviado que ele reconheceu diante dos Gálatas que sua “carne foi uma provação a eles” (veja Gálatas 4:14).

Porquê o Senhor faria isso? Não parece que Paulo teria sido capaz de alcançar os Judeus muito mais facilmente que Pedro? Certamente os Judeus teriam respeitado Paulo. Os gentios teriam ficado muito mais confortáveis com Pedro. Um motivo principal do Senhor ter feito dessa forma é para colocar ambos na dependência total do Espírito Santo para cumprirem seus chamados. Nem Paulo nem Pedro estariam inclinados a chamar atenção a si mesmos, somente à Cristo.

Ao atrair as pessoas para Cristo ao invés de a si mesmas, a igreja conseguiu iniciar sobre o alicerce correto, Cristo, e não em uma personalidade humana, mesmo com grandes personalidades como Pedro e Paulo. Mesmo assim, ao escrever Paulo que quando esteve em Roma ele procurou agir como os romanos, ele estava decidido a não fazer coisas que tornassem ainda mais difícil para as pessoas escutarem sua mensagem.

Algumas vezes a falta de frutos em uma missão é resultado de uma falta de se compreender a batalha espiritual em suas regiões visadas ou batalha espiritual como um todo. Apesar da evidência considerável da diferença que isso pode fazer, muitos ainda dão pouco ou nenhum crédito a ela. As missões e missionários de maior êxito dão.

Qualquer que seja a razão do fracasso de uma missão, e elas são várias, o Senhor disse que Ele cortaria todo galho que não desse fruto, e precisamos ter a mesma sabedoria. Se não cortarmos os galhos que não estão dando frutos, eles irão consumir os recursos que deveriam estar indo para os que estão dando frutos. Isso está acontecendo com muitos em missões – talvez chegue a 90 por cento ou mais os recursos que estão indo para missões que estão dando pouco ou nenhum fruto. Quanto mais fruto haveria se esses recursos estivessem indo para as missões verdadeiramente eficazes? Essas são comumente as mais atadas quanto a recursos porque não são boas em captar recursos.

Temos então a outra grande questão: Não foi um desperdício de recursos tirar Filipe de um avivamento que estava agitando uma cidade inteira e enviá-lo para o deserto para falar com apenas um homem? A economia de Deus pode obviamente ser muito diferente da nossa. E daí, então, se um missionário gasta toda a sua vida para alcançar apenas uma pessoa, se é da vontade de Deus? Essa é precisamente a grande questão: é da vontade de Deus?

Como vemos em Lucas 10, quando o Senhor envia seu povo, este voltará alegre por causa dos grandes resultados. Se isso não acontecer, podemos ainda estar na vontade do Senhor porque Ele disse aos que enviara em Lucas 10.10, “... e quando não receberem a vocês...”, o que implica que Ele enviaria alguns para onde não seriam recebidos. Mesmo assim, quando parece haver pouco ou nenhum fruto de uma missão, precisamos ouvir em alto e bom som e de forma clara do Senhor de que seja da Sua vontade continuar.

Má gestão é uma violação séria para o Senhor, como Ele deixou claro na Parábola dos Talentos. Desperdiçar pessoas é muito pior que desperdiçar dinheiro ou outros recursos, especialmente pessoas tão devotas que queiram ser missionárias. Quando permitimos erros ou situações de desperdício continuarem, isso não só desperdiça, mas perpetua uma mentalidade que tolera erros e o hábito de desperdiçar como sendo coisas aceitáveis, que não são.

Quando me deparo com missionários em campo, normalmente eu os pergunto quais são seus objetivos. Se a resposta for muito geral, eu já sei a resposta para a minha próxima pergunta sobre o quê eles têm feito. Será inevitavelmente pouco ou nada, porque quanto menos claros e específicos forem os nossos objetivos, menos provável é que façamos qualquer coisa. Isso é verdade em qualquer trabalho, não apenas em missões ou no ministério. Um número grande demais de missões e missionários não têm objetivos claros.

Valendo lembrar, porém, que há missionários que estão bem focados e treinados em seus propósitos, e que têm feito bastante. Me vem à mente os Tradutores de Bíblia Wycliffe, assim como uma organização irmã, O Serviço de Rádio e Aviação na Selva (JAARS). Sempre que me encontro com alguém no campo que seja da Bolsa dos Samaritanos [Samaritan’s Purse], sinto deles uma devoção à excelência e foco em seu propósito. Por isso é que conseguem fazer tanto.

Os Ministérios IRIS em Moçambique são tão frutíferos visto os recursos que têm que não acho justo os comparar com qualquer outro grupo. Certamente, quando tanto é feito com tão pouco, o Senhor recebe mais glória. Porém, se o nosso objetivo é ter mais fruto, por que não obter mais com mais?

Tenho abordado missões, mas como que uma igreja comum obteria bom desempenho quanto à administração? Se estamos liderando uma igreja, temos objetivos claros? Eles foram articulados? Podemos medir o progresso para cumpri-los? Se medidos, é provável que ao menos 90 por cento dos recursos da igreja são devotados ao que está produzindo menos que 10 por cento dos frutos. Alguns colocariam uma proporção muito pior, mas estou tentando ser generoso. O que aconteceria se a razão fosse invertida, e começassemos a colocar 90 por cento dos recursos no que está produzindo 90 por cento dos frutos? Não poderíamos esperar ver pelo menos dez vezes mais frutos do que estamos agora vendo?

Vamos dar uma rápida olhada em nossas construções de igreja, já que são onde a maior parte dos recursos da mesma estão agora sendo gastos. Muitas delas, mesmo as mais elaboradas e caras, são usadas somente de duas a quatro horas por semana. Existem 168 horas por semana, então isso quer dizer que muitas destas construções são usadas a uma taxa tão baixa que chega a 02 por cento do tempo, e provavelmente uma média de todas as igrejas, sendo generoso, daria ainda menos que 05 por cento.

Primeiramente, devemos perguntar se as construções estão realmente nos ajudando a cumprir nosso propósito como igreja, que é ajudar as pessoas a amadurecer em Cristo, se tornando como Ele, e fazendo as obras que Ele fez. Muitos responderiam, com razão, que nossa devoção à construção é uma distração de nosso propósito. Para que possamos estudar esse assunto, consideremos que ter nossas próprias construções pode ser benéfico e em geral menos caro que alugar um local para reuniões. Aumentar-se a eficiência pode simplesmente ser uma questão de desenvolver formas de usá-las mais.

Não poderiam elas serem usadas como escolas? Muitas instalações de igreja dariam instalações excelentes para escolas diurnas ou noturnas. Outras poderiam ser usadas para outras coisas como iniciar micro negócios.

Eficiência e boa gestão não são a resposta para tudo, e certamente não queremos enfatizá-las em detrimento de questões do coração como compaixão, moralidade e as outras questões básicas da fé, mas precisamos entender o quanto a má administração é imoral. Políticos liberais estão constantemente condenando o quanto é gasto em coisas como defesa quando mais recursos deveriam ser dirigidos aos pobres ou para a educação, e por aí adiante. A verdade é que, se você der recursos para agências do governo, que devem dar para os necessitados, somente uma fração dessa quantia provavelmente irá chegar lá, independente das boas intenções. Isso, também, é imoral.

É mais imoral gerenciar pessoas de forma errada do que dinheiro ou coisas. A maior parte dos missionários ineficazes seriam provavelmente muito eficazes se estivessem no lugar certo, servindo na etapa correta do ministério. Muitos estão tentando ser Etapa I, que realmente foram criados para ser de Etapa II ou III. Muitos estão tentando ser Etapa I, II e III todos ao mesmo tempo, e, portanto, não conseguem fazer nenhuma corretamente. Isso é o resultado de uma falta de coordenação básica dentro do corpo de Cristo, que somente será remediada quando estivermos em maior unidade.

Um exemplo disso é quando começamos a cavar poços na África. Rapidamente nos chegou a informação de que cerca de 5.000 poços foram cavados naquela grande região da África por outras missões e missionários, mas somente uma fração delas ainda estavam funcionando. Porquê? Porque ninguém os colocou sob um cronograma de manutenção ou treinou pessoas locais para os manter. Muitos não estavam mais funcionando por causa de uma peça de 5 dólares, enquanto que os mesmos grupos estavam gastando até 5.000 dólares para furar novos poços que, da mesma forma, não iriam funcionar por muito tempo.

É algo honrável para esses ministérios estar cavando esses poços, mas apenas precisamos fazer o que estamos fazendo com uma estratégia direcionada para um prazo mais longo. Esse problema com os poços foi simbólico quanto à forma com que missões em geral eram feitas lá. A Etapa I, que é cavar o poço, foi cumprida, mas não havia Etapa II para se estabelecer e manter o poço. Então a Etapa III, que era a multiplicação por se ensinar os que tinham recebido um poço a aprender a cavar um e então aprender a ajudar seus próximos, parecia não estar nos planos de ninguém.

As cruzadas na África são freqüentemente feitas da mesma forma. Milhões estão vindo à Cristo na África, e devemos todos nos alegrar, visto que está mudando o continente. Porém, quanto mais frutos duradouros haveriam se apóstolos, profetas, pastores e mestres seguissem os grandes evangelistas que se adentram numa região e firmassem os crentes na fé?

Existem pastores de grandes igrejas na África que somente têm um sermão, que é o que eles ouviram quando foram salvos. Eles pregam esse único sermão semana após semana. Graças a Deus por tal fidelidade, mas com a abundância de grandes mestres que temos no Ocidente, devemos ser capazes de ajudar a firmar algumas das melhores escolas de ministério em qualquer lugar do mundo. Agora mesmo, a maior parte desse ensinamento é dado aos que já têm tanto!

Grande parte disso irá mudar porque as atitudes possessivas e territoriais que têm prevalecido sobre boa parte da igreja estão sendo rompidas. Líderes maduros estão sendo levantados que têm segurança o suficiente para não serem ameaçados pelos que são diferentes deles, mas estão começando a reconhecer como as diferenças se complementam ao invés de se conflitarem. Existem moveres de Etapas I, II e III no corpo de Cristo que, se começarem a funcionar juntas, se tornarão as forças mais poderosas e eficazes no planeta.

Não temos nada a perder, mas tudo a ganhar, por nos unir. Os primeiros a buscar unidade, os pacificadores, recebem a grande promessa de serem chamados filhos de Deus (veja Mateus 5.9). Por quê esperar? O que podemos fazer essa semana para trazer intercâmbio, crescente confiança e unidade na igreja? Unidade significa juntar as partes que são diferentes. Isso exige grande graça, humildade e sabedoria para abraçar os que são diferentes de nós, que é a essência do que somos chamados para fazer. Evidência de nossa maturidade será essa unidade.


[permissão para feliperudiuk@hotmail.com traduzir gentilmente concedida pelo ministério MorningStar]

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