sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Palavra para a Semana (de Rick Joyner) nº 42


O Exército de Deus se Mobiliza, parte 42

Ao longo do Velho Testamento, haviam tempos em que Israel se reunia ao som da trombeta Em quase todos os casos, a ela era usada ou para sinalar guerra, intenções de guerra ou ungir um novo rei. A trombeta era o instrumento que ajuntava. No livro de Apocalipse, temos trombetas que representam as principais mensagens do Senhor avançando. Olhando no passado, na história da igreja, podemos ver essas trombetas sendo tocadas por mensageiros, criando moveres poderosos de Deus que ditaram o curso da igreja ao longo da história.

Temos também o repetido exemplo de como alguns Cristãos ouviram o som das trombetas e responderam ao mesmo, e como aqueles que não ouviram o som freqüentemente se levantavam em oposição a esses novos moveres, que eram liderados pelos que ouviram o som. Mesmo assim, cada trombeta que tocada resultava em um grande avanço para o evangelho e o resgate da verdade à igreja. Cada uma também trouxe uma separação na igreja, entre os que iam para a frente e aqueles que queriam permanecer onde estavam.

Recentemente, estive em Genebra, na Suíça. Sempre que estou lá, procuro visitar a capela e catedral onde tanto João Calvino foi o patriarca do movimento como João Knox pregou quando em exílio por dois anos. Esses dois homens tinham tanta autoridade profética que poderiam pregar em uma reunião pequena e mesmo assim impactar o mundo todo. Eles fizeram isso sem a Internet ou televisão, e o seu impacto continua centenas de anos após suas mortes. Foram parte de um pequeno grupo que tocou uma grande trombeta espiritual que não somente mudou o curso da história da igreja, mas também a história humana. Sua mensagem não apenas reformou a igreja, mas também resultou no nascimento da democracia, mais altas formas de justiça e lei, a alguns dos princípios básicos da ciência que liberaram um grande aumento de conhecimento.

Sempre fico maravilhado quando permaneço na pequena capela onde eles pregavam. Ela fica em um lugar que, na época, era uma pequena e obscura vila, longe das correntes principais da civilização, e mesmo assim continha um poder para mudar todo o mundo. A única forma de explicar isso é que eles pregavam uma verdade que chegou a hora de ser pregada. Sopraram uma trombeta onde o som se originava no céu, e tinha qualidades eternas que garantiam sem impacto duradouro. A chave para tal mensagem não é a audiência, mas a origem da audiência. Assim, nossa dedicação básica não deve ser apenas fazer coisas grandiosas, mas a vontade do Senhor. Se fizermos a Sua vontade, provavelmente faremos coisas grandes.

É cabível dizer que uma das contribuições mais importantes de Calvino para a marcha rumo à verdade ao longo dos tempos foi sua doutrina de que fontes originais eram exigidas para validar uma mensagem. Logicamente, o objetivo de Calvino de se estabelecer fontes originais como a base da verdade era fazer com que Cristãos enxergassem além dos dogmas e tradições da igreja e tivessem as Escrituras como única base de verdadeira doutrina na igreja. À medida que os homens liam as Escrituras e comparavam seus ensinamentos às práticas da igreja, eles tinham de fazer mudanças radicais para se conformar com a Bíblia. Isso resultou no que chamamos de Reforma, que é uma reforma da igreja. Nós ouvimos que o que é desatado no céu ou nos lugares celestiais é liberado na terra também (veja Mateus 16.19), então não apenas a igreja passou por uma reforma, os governos do mundo juntamente.

É da mesma forma interessante e importante entender como todos os grandes pregadores da Reforma queriam reformar toda a igreja, e não formar um novo mover separado da igreja de então. No entanto, nem todos na igreja podiam ouvir o som dessa trombeta, e esses eram os que a resistiam violentamente. Por um tempo, parecia que a Reforma podia ser eliminada pela perseguição, mas crescia mais e mais forte ao seguir os ensinamentos de Calvino a afundar suas raízes cada vez mais fundo nas Escrituras, a fonte original. Se A Própria Palavra respondesse às tentações do diabo dizendo “está escrito...” (veja Mateus 4.6,7), quanto mais nós devemos ser dedicados às Escrituras como “fonte original” para a doutrina da igreja e o poder que pode resistir a qualquer inimigo.

A iluminação da verdade liberada pela Reforma foi grande, mas longe de completa. Muitos moveres subseqüentes ajudaram a levar adiante a restauração da verdade para cada vez mais longe. Ainda precisamos de reforma, e ela ainda ocorre. Assim como cada mover de reforma que se iniciou procurando reformar toda a igreja foi rejeitado por aqueles que não podiam ouvir a trombeta, e foi adiante para formar novos moveres, isso ainda ocorre hoje. Novos moveres, mesmo que começaram por se ter ouvido a trombeta de Deus, sempre causam divisão na igreja. Como devemos então responder àqueles que podem não nos escutar, e até perseguir por presumir que ouvem mais do que nós?

O apóstolo Paulo escreveu em sua epístola mais importante, Romanos, que mesmo que os Judeus endureceram a ponto de resistirem o evangelho e perseguirem seus mensageiros, eram amados devido aos pais porque eram guardiões dos oráculos de Deus. Paulo, ainda assim, avisou os Gentios que estavam marchando adiante com a Nova Aliança para não se tornarem arrogantes diante dos “galhos naturais”, senão eles, também, seriam cortados (veja Romanos 11.21). É uma armadilha nos tornarmos arrogantes diante daqueles que não vêem ou escutam o que nós vemos e escutamos, e esta armadilha corta muitos de avanço maior.

O único mandamento com promessa é “honrarmos nossos pais e mães”, e a promessa é “para que tudo lhe ocorra bem, e que você viva longo tempo na terra...” (veja Efésios 6.2). Em nenhum lugar diz que devemos honrar somente pais e mães grandiosos ou mesmo bons pais e mães, mas simplesmente aqueles que temos, bons ou maus. Quase todos serão tanto bons como ruins, assim como alguns dos maiores heróis na Bíblia também cometeram alguns dos maiores erros.

Obedecer a este mandamento capacitou o Rei Davi a estabelecer um trono que duraria para sempre, porque Jesus está agora assentado sobre o “trono de Davi”. Isso que é longevidade! Ele chamou a Saul de seu pai e o honrou, mesmo quando este estava procurando o matar. Cruel como foi a perseguição de Saul para Davi, Davi honrou a Saul e a sua casa mesmo após a morte deste. A perseguição exercida por Saul foi um dos fatores primordiais que efetuou uma graça tal na vida de Davi que o Senhor o chamou de um homem segundo o Seu coração e o tornou o ancestral mais celebrado do Senhor Jesus.

Tenho estudado a história da igreja por muitos anos e ainda hei de encontrar um, apenas um mover de Deus que não foi perseguido pelo mover anterior de Deus. Normalmente isso ocorre porque um espírito de inveja vêm sobre o mover anterior de Deus, semelhante àquele que veio sobre Saul, causando-o a perseguir a Davi. Como todos os Reformadores que sinceramente esperavam reformar toda a igreja e não deixá-la, mas foram enxotados sem escolha senão a de iniciar um novo mover, este tem sido um ciclo repetitivo na história da igreja.

Unidade é importante e um dos maiores desejos do Senhor para o Seu povo. No entanto, nosso “amor à verdade” deve algumas vezes não tomar nota da unidade, se queremos não sermos enganados, mas parte dos atuais propósitos do Senhor. Uma vez que vemos uma verdade, somos responsáveis por obedecer a ela, e algumas vezes isso significa que seremos expulsos e perseguidos por nossos antecessores, mesmo pelos próprios que nos geraram no Senhor. Não muitos dos que avançaram adiante o fizeram reagindo aos seus perseguidores com retaliação. Aqueles que podem manter a atitude de Davi diante de Saul e do Apóstolo Paulo diante de seus piores perseguidores, os Judeus, os quais ele amava tanto que disse que abriria mão de sua própria salvação para vê-los salvos, estes darão fruto que permanece, como os de Davi e Paulo, frutos que crescem até o dia de hoje.

[permissão para tradução gentilmente concedida pelo ministério MorningStar, www.morningstarministries.org]

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